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A cada segundo que passava, Henry sentia o grandioso momento se aproximar. Em sua concepção, o ápice de tão complexa trama chegaria com a dissolução da Camarilla, dissolução esta representada pela passagem do lendário Xerife Nosferatu Edgard von Astorff à Oposição. De forma a atingir seus objetivos, o Ancillae preparou-se intensamente para a árdua empreitada de ser o único na cidade a nadar contra a maré. Buscou informações pessoais dos oponentes mais importantes a quem poderia enfrentar. Por um golpe do destino, acabou confrontando Edgard, justamente o mais forte dentre todos. Tendo sido expostos seus fantasmas e convencido de que agia sob a égide de um governo retardado, seria virtualmente impossível que o feioso resistisse à oferta Ventrue. Só que Freeman não teve tempo de ver seu plano dar certo.
A vampira que invadiu o encontro de mortos-vivos era linda como um anjo. Em um passe de mágica todos fizeram silêncio e se viraram para admirar a bela presença da mulher. Como não se dar conta de que estavam na presença de Catherine Blake, submundialmente conhecida como a senhora Ventrue? O reconhecimento daquela figura fez nascer um sorriso no rosto de Henry, não de felicidade, mas de raiva; raiva por sofrer intromissão em SEU trabalho antes da hora; raiva por acabar tendo seus méritos subtraídos por uma anciã que preferiu se manter até agora afastada do problema ao invés de arregaçar as mangas e ir à luta desde o início. A aparição de alguém mais velho, mais sábio e que surge como o salvador da pátria é um mero artifício político, mais antigo que o próprio Caim.
Não valia a pena ficar resmungando, apenas ficar resmungando pelos cantos. Como um fiel membro da casa Ventrue, Freeman consente em seguir ordens de superiores ainda que as julgue tolas. “Coloque um sorriso no rosto, um trocado no bolso e vá viver a noite seguinte”, era o que seu Senhor dizia quando lhe ensivana sobre os maus momentos. E que mau momento havia passo com Catherine... Freeman foi dispensado de maneira bem prática e descortês, logo, não fazia sentido ficar e criar tumulto. Deixou a presença dos outros cainitas com um breve “com licença” e se recolheu em seu refúgio no escritório da Vestrue CO. Pouco lhe importava o que Catherine pensava a seu respeito; enquanto tivesse autorização para agir, assim o faria. Existem muitas outras frentes de guerra além da negociação direta com o principado, como as desapropriações, por exemplo. Henry ainda tinha problemas em obter a vitória na justiça, mas não desistiria até que saísse a tão aguardada decisão de despejo. Para ele, derrubar o poder vigente é muito mais que costurar alianças e manter inimigos próximos; é uma questão de mostrar força.
Na noite seguinte, Henry se reúne com alguns diretores da Vestrue para que lhe fossem passadas as atualizações necessárias, como a reação da mídia e da bolsa de valores à exibição do balanço da empresa e também ao anúncio das desapropriações. Ele sai da sala com ótimas notícias, acompanhado de dois assessores humanos – Henry não emprega carniçais no alto círculo da Vestrue. Seguem direto para o Edifício Calarram.
Uma ligação pelo caminho abriu as portas para que a comitiva subisse direto até o 14º andar. Henry poderia ter ficado reparando em como o edifício mediria o sucesso profissional de Victor, mas suas preocupações e prioridades são outras. Catherine à essa hora estaria chegando na Longue Vue para uma reunião da qual ele não poderia deixar de conhecer o conteúdo. Sua mente faz giros e traçados tortuosos a fim de encontrar uma ligação entre seus recursos e em como eles poderiam ajudar na obtenção dessa informação.
Com as mãos unidas atrás de seu corpo, demonstrando muita calma nas palavras, Freeman fala com um de seus assessores.
- Ligue para o senhor O’Reilly assim que sairmos do elevador. Peça que deixe uns homens à paisana em frente a Vestrue e que ele pessoalmente vá até a Longue Vue bater à porta. Quero vê-lo seguindo de perto a senhorita Blake. Também quero ser informado de qualquer ligação telefônica entrando ou partindo da mansão que seja captada por nossas escutas.
A porta do elevador se abre e o homem não tarda a fazer a ligação, ficando para trás em relação ao grupo. Henry se aproxima do balcão, mas é o outro assessor a falar com a secretária, a qual Freeman sequer se dignifica a reparar nas feições. Ela avisa que o senhor Victor estava sozinho na sala os aguardando, e após falar com ele no interfone, permite que entrem. Freeman ainda mostrava preocupação em seu semblante ao entrar na sala.
- Boa noite, senhor Calarram. - cumprimenta o advogado, provavelmente assustando-o por conta da temperatura gélida de sua mão – Desculpe, lavei a mão com água fria agora há pouco.
O comentário esdrúxulo – na verdade, a “desculpa esfarrapada” - mostra o quão desconcentrado ele está. Mas como detestaria que Victor notasse a perturbação e entrasse numa conversa de “o que lhe preocupa?”, resolve aliviar a expressão. Em seguida aponta para o assessor e a mala que ele trazia.
- Trouxemos o contrato para o senhor assinar. Não se preocupe, poderá fazê-lo ao término da reunião, antes de eu ir embora. Acredito que vai estar mais propenso a assinar.
Senta-se na cadeira mesmo que não tenha sido convidado a fazê-lo. E então Henry passa a olhar firmemente para Victor, como um verdadeiro homem de negócios. Um homem de negócios extremamente dominante, que transforma as palavras em uma obrigação a ser cumprida pelo outro.
- Eu quero que você acelere esse processo. Quero ver o despejo acontecendo amanhã à noite, entendeu? – amassa com força o indicador contra a mesa de Victor, demonstrando o quão sério falava – O tempo, nesse caso em específico, senhor Calarram, não é meu aliado; é meu inimigo. E eu gosto de vencer meus inimigos. Sei que você também gosta, e que por isso terá 100% de sucesso nesse caso.
Dispensa o assessor depois que o homem deixa a maleta sobre a mesa, ficando sozinho com Victor na sala. O tempo que essa ação durou serviu para o advogado dar respostas de praxe. Feito isso, Freeman prossegue.
- Contamos com dinheiro o suficiente para comprarmos quem quisermos, mas ainda sim temos um problema, senhor Calarram. – chega o corpo um pouco mais para frente – Eu não posso simplesmente lhe dar um contrato tão generoso, disponibilizar tanto dinheiro e expor ao senhor que a Vestrue tem seus segredos sem ter minhas garantias antes, não acha?
Em um único impulso violento Henry estica o braço e puxa o colarinho da camisa de Victor, trazendo o advogado para perto de si – ainda que quase tenho o feito “voar” sobre a mesa. Ele prende o olhar do homem com seus olhos dominadores.
- Abra a boca.
Fazendo uso dos poderes do sangue, Freeman emite uma ordem simples que não pôde ser recusada. Em seguida o vampiro aproxima o braço livre da boca de Victor e morde o próprio pulso, abrindo um pequeno filete por onde o sangue começa a pingar. A excitação com o momento faz com que Freeman acabe mostrando suas presas, o que poderia intimidar ainda mais o humano. Ele leva o corte no braço próximo à boca do outro.
- Beba.
Pouco esforço é feito pelo Ventrue. Após alguns goles ele solta Victor e se recompõe na cadeira, inclusive recolhendo as presas. Calmamente fica a observar todas as reações do advogado, só intervindo caso o mesmo começasse a fazer escândalo. Quando acabasse o estágio inicial daquela primeira experimentação de sangue cainita, Freeman prosseguiria com a reunião, desta vez com a certeza de que obteria a assinatura do maquiavélico contrato.
A vampira que invadiu o encontro de mortos-vivos era linda como um anjo. Em um passe de mágica todos fizeram silêncio e se viraram para admirar a bela presença da mulher. Como não se dar conta de que estavam na presença de Catherine Blake, submundialmente conhecida como a senhora Ventrue? O reconhecimento daquela figura fez nascer um sorriso no rosto de Henry, não de felicidade, mas de raiva; raiva por sofrer intromissão em SEU trabalho antes da hora; raiva por acabar tendo seus méritos subtraídos por uma anciã que preferiu se manter até agora afastada do problema ao invés de arregaçar as mangas e ir à luta desde o início. A aparição de alguém mais velho, mais sábio e que surge como o salvador da pátria é um mero artifício político, mais antigo que o próprio Caim.
Não valia a pena ficar resmungando, apenas ficar resmungando pelos cantos. Como um fiel membro da casa Ventrue, Freeman consente em seguir ordens de superiores ainda que as julgue tolas. “Coloque um sorriso no rosto, um trocado no bolso e vá viver a noite seguinte”, era o que seu Senhor dizia quando lhe ensivana sobre os maus momentos. E que mau momento havia passo com Catherine... Freeman foi dispensado de maneira bem prática e descortês, logo, não fazia sentido ficar e criar tumulto. Deixou a presença dos outros cainitas com um breve “com licença” e se recolheu em seu refúgio no escritório da Vestrue CO. Pouco lhe importava o que Catherine pensava a seu respeito; enquanto tivesse autorização para agir, assim o faria. Existem muitas outras frentes de guerra além da negociação direta com o principado, como as desapropriações, por exemplo. Henry ainda tinha problemas em obter a vitória na justiça, mas não desistiria até que saísse a tão aguardada decisão de despejo. Para ele, derrubar o poder vigente é muito mais que costurar alianças e manter inimigos próximos; é uma questão de mostrar força.
Na noite seguinte, Henry se reúne com alguns diretores da Vestrue para que lhe fossem passadas as atualizações necessárias, como a reação da mídia e da bolsa de valores à exibição do balanço da empresa e também ao anúncio das desapropriações. Ele sai da sala com ótimas notícias, acompanhado de dois assessores humanos – Henry não emprega carniçais no alto círculo da Vestrue. Seguem direto para o Edifício Calarram.
Uma ligação pelo caminho abriu as portas para que a comitiva subisse direto até o 14º andar. Henry poderia ter ficado reparando em como o edifício mediria o sucesso profissional de Victor, mas suas preocupações e prioridades são outras. Catherine à essa hora estaria chegando na Longue Vue para uma reunião da qual ele não poderia deixar de conhecer o conteúdo. Sua mente faz giros e traçados tortuosos a fim de encontrar uma ligação entre seus recursos e em como eles poderiam ajudar na obtenção dessa informação.
Com as mãos unidas atrás de seu corpo, demonstrando muita calma nas palavras, Freeman fala com um de seus assessores.
- Ligue para o senhor O’Reilly assim que sairmos do elevador. Peça que deixe uns homens à paisana em frente a Vestrue e que ele pessoalmente vá até a Longue Vue bater à porta. Quero vê-lo seguindo de perto a senhorita Blake. Também quero ser informado de qualquer ligação telefônica entrando ou partindo da mansão que seja captada por nossas escutas.
A porta do elevador se abre e o homem não tarda a fazer a ligação, ficando para trás em relação ao grupo. Henry se aproxima do balcão, mas é o outro assessor a falar com a secretária, a qual Freeman sequer se dignifica a reparar nas feições. Ela avisa que o senhor Victor estava sozinho na sala os aguardando, e após falar com ele no interfone, permite que entrem. Freeman ainda mostrava preocupação em seu semblante ao entrar na sala.
- Boa noite, senhor Calarram. - cumprimenta o advogado, provavelmente assustando-o por conta da temperatura gélida de sua mão – Desculpe, lavei a mão com água fria agora há pouco.
O comentário esdrúxulo – na verdade, a “desculpa esfarrapada” - mostra o quão desconcentrado ele está. Mas como detestaria que Victor notasse a perturbação e entrasse numa conversa de “o que lhe preocupa?”, resolve aliviar a expressão. Em seguida aponta para o assessor e a mala que ele trazia.
- Trouxemos o contrato para o senhor assinar. Não se preocupe, poderá fazê-lo ao término da reunião, antes de eu ir embora. Acredito que vai estar mais propenso a assinar.
Senta-se na cadeira mesmo que não tenha sido convidado a fazê-lo. E então Henry passa a olhar firmemente para Victor, como um verdadeiro homem de negócios. Um homem de negócios extremamente dominante, que transforma as palavras em uma obrigação a ser cumprida pelo outro.
- Eu quero que você acelere esse processo. Quero ver o despejo acontecendo amanhã à noite, entendeu? – amassa com força o indicador contra a mesa de Victor, demonstrando o quão sério falava – O tempo, nesse caso em específico, senhor Calarram, não é meu aliado; é meu inimigo. E eu gosto de vencer meus inimigos. Sei que você também gosta, e que por isso terá 100% de sucesso nesse caso.
Dispensa o assessor depois que o homem deixa a maleta sobre a mesa, ficando sozinho com Victor na sala. O tempo que essa ação durou serviu para o advogado dar respostas de praxe. Feito isso, Freeman prossegue.
- Contamos com dinheiro o suficiente para comprarmos quem quisermos, mas ainda sim temos um problema, senhor Calarram. – chega o corpo um pouco mais para frente – Eu não posso simplesmente lhe dar um contrato tão generoso, disponibilizar tanto dinheiro e expor ao senhor que a Vestrue tem seus segredos sem ter minhas garantias antes, não acha?
Em um único impulso violento Henry estica o braço e puxa o colarinho da camisa de Victor, trazendo o advogado para perto de si – ainda que quase tenho o feito “voar” sobre a mesa. Ele prende o olhar do homem com seus olhos dominadores.
- Abra a boca.
Fazendo uso dos poderes do sangue, Freeman emite uma ordem simples que não pôde ser recusada. Em seguida o vampiro aproxima o braço livre da boca de Victor e morde o próprio pulso, abrindo um pequeno filete por onde o sangue começa a pingar. A excitação com o momento faz com que Freeman acabe mostrando suas presas, o que poderia intimidar ainda mais o humano. Ele leva o corte no braço próximo à boca do outro.
- Beba.
Pouco esforço é feito pelo Ventrue. Após alguns goles ele solta Victor e se recompõe na cadeira, inclusive recolhendo as presas. Calmamente fica a observar todas as reações do advogado, só intervindo caso o mesmo começasse a fazer escândalo. Quando acabasse o estágio inicial daquela primeira experimentação de sangue cainita, Freeman prosseguiria com a reunião, desta vez com a certeza de que obteria a assinatura do maquiavélico contrato.