Vampiro: NOLA
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Centro Empresarial

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Liam Maverick
Victor Calarram
Henry Freeman
Mestre de Jogo
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1Centro Empresarial Empty Centro Empresarial Sex Jun 17, 2011 6:20 am

Mestre de Jogo

Mestre de Jogo
Admin

Centro Empresarial Azriel10

Um enorme e imponente complexo de prédios recém contruídos marca o exato centro da cidade, atraindo para si muitos olhares curiosos de turistas que pensavam que a cidade somente vivia da fama de seu Bairro Francês.

Conhecido como "Marco Zero" de New Orleans, o Centro Empresarial é a casa de algumas das maiores empresas americanas e sede de outras tantas estrangeiras. Construído rapidamente após o desastre do furacão Katrina, tornou-se um centro de excelência empresarial, abastecendo os locatários dos espaços com internet de altíssima velocidade, segurança no mais alto nível e instalações luxuosas preparadas para receber desde Chefes de Estado aos CEO's mais ilustres.

Uma parte menor do complexo funciona como Shopping Center, com muitas de suas lojas abertas 24 horas. Cinemas, Praça de Alimentação, LAN Houses, Vestuário, Magazines, Armas, Equipamento Esportivo e muito mais variedade de produtos e serviços podem ser encontrados aqui.

IBM, Chevron, Ernst & Young, Tata Motors e Allianz são apenas alguns exemplos das firmas aqui estabelecidas. Apear de serem todas elas gigantes por si só, uma empresa em especial aqui sediada tem atraído a atenção do mundo dos negócios pela ascenção meteórica em meio à crise mundial. Meses após o desastre do Katrina foi fundada a Vestrue CO, um fundo de investimento "anônimo" que injetou uma enorme quantia de dinheiro na reconstrução da cidade e agora colhe os dividendos. "Anônimo" porque o seu nome é uma clara afronta à dominância dos Toreadores na cidade, visto que o nome do fundo de investimento não sai dos noticiários locais nem da boca do povo - exatamente o que os fundadores haviam desejado.

A Vestrue CO - um acrônimo para "vesture" (investimento em inglês) - é o ápice do embate intelectual, filosófico e cultural que os dois Clãs travam em nome da reivindicação da posse da cidade. A população e os funcionários humanos, no entanto, sequer desconfiam do que se passa nos bastidores. Aqueles que tem noção são apenas os carniçais, instruídos para manterem a ordem e controlarem com rigor a movimentação cainita no Centro Empresarial e seu entorno.

A Vestrue CO mantém um programa ativo de "Novos Talentos", selecionando os mais promissores jovens e fornecendo-lhes condições para seguirem carreira na empresa. Os que se destacarem dentro desse grupo são apadrinhados por membros do Clã Ventrue, e o aprendizado do sobrenatural pelo qual passam funciona exatamente como em uma empresa, formando, ao término do prazo, "profissionais dos mais capacitados" para a causa.



https://nola.forumeiros.com

2Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Dom Mar 04, 2012 12:41 am

Henry Freeman

Henry Freeman
Ancillae

CLIQUE NA IMAGEM ABAIXO ONDE DIZ EM 'VER EM TAMANHO REAL' E COMECE O POST COM A LEITURA DA CARTA. OBRIGADO.

Centro Empresarial Carta_10

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O ponteiro repousa sobre ‘Enviar’ e o dedo dá a ordem. “Mensagem Enviada Com Sucesso!”

O ritual de desligar e fechar o ultrabook é tão repetitivo que ele o faz sem pensar. O aparelho fora um presente da Microsoft em sua estratégia de promoção de um produto que ainda seria lançado no mercado. Se os poucos agraciados com o mimo o aprovassem, seria um grupo de elite e muito influente a ter dado a aprovação.Jogada de risco, mas inteligente – ainda que seja uma tática antiga.

A janela do motorista se abre, chamando sua atenção.

- Senhor Freeman, estamos chegando.

Tão rápida como se abaixou, a janela se ergueu novamente. Henry Freeman, CEO da Vestrue CO e o cainita a representar o clã Ventrue na cidade, dirige-se a um jantar organizado pela empresa. A carta à imprensa, enviada a segundos atrás, funcionaria como uma “boas-vindas” aos jornalistas convidados e, principalmente, reforçaria números impressionantes obtidos no último ano. Não custa lembrá-los quem é a bola da vez.

A limo pára em frente da entrada do centro de convenções. Seguindo os planos traçados, ele deveria entrar andando demonstrando estar à vontade. E, claro, acompanhado de belas mulheres. Assim que Henry deixa o veículo uma linda morena e uma linda loira agarram cada uma um braço. Ambas usavam vestidos parecidos, de seda, na cor prata, e tinham um perfume doce agradabilíssimo.

Durante o percurso ele distribui sorrisos a todos que lhe falam, nada muito espalhafatoso, assim como manda a etiqueta. Mantém-se junto às mulheres ao alcançar o interior do salão, onde (quase) todos os convidados haviam chegado. O buffet seria servido em breve.

Henry permanece circulando pelo salão falando com pessoas das mais variadas esferas de poder. Sua acessibilidade está boa por conta da segurança empregada no evento. Esta noite representa mais do que um “jantar de negócios” para ele e a cidade; uma batalha estava a ser anunciada.

3Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Dom Mar 04, 2012 12:17 pm

Victor Calarram

Victor Calarram

Edifício Calarram: Sede do Escritório de Advocacia Calarram.
Localização: Região central de Nova Orleans.

14º andar. Sala da Presidência.


Estava sentado como de costume, enfrente aquela mesa de mogno sul-americano, analisando os processos dos maiores clientes do meu escritório. Preferia verificar os detalhes pessoalmente. A noite tinha chego há alguns minutos, quando entrou pela porta principal, meu querido amigo, conselheiro e mordomo, Donavam.

A passos largos, ele percorreu toda a distancia que separava a porta da mesa. Em sua face, um largo riso se abriu.

- Senhor Calarram! Tenho uma grande noticia para o senhor. – Disse Donavam, retirando do bolso interno de seu terno cinza claro, uma folha de papel, a qual estendeu em minha direção. – Veja com seus próprios olhos, a carta que acabou de chegar ao seu e-mail.

- Do que se trata a carta? – Perguntei, ainda sentado na minha larga cadeira de couro preto, estilo presidente, enquanto minha mão ia até o papel e o apanhava.

- Leia e o senhor entenderá. – respondeu Donavam com o sorriso mais aberto, tão aberto que parecia que as laterais de seus lábios iriam encostar com a base de seus olhos azul claro.

Passei os olhos sobre as linhas daquela carta. Vestrue Financial Corporation. Lembrava-me perfeitamente deste nome. Há algum tempo atrás, ajudei alguns magnatas da cidade contra a usurpação do dinheiro que o governo dos E.U.A. liderou para tentar sanar a crise financeira que assola o país. Fora uma época difícil, mas graças a minha habilidade em processos judiciais, habilidade esta herdada de meu falecido pai, Dominic Calarram e a influência que adquiri com pessoas nas altas esferas da política e da Suprema Corte Americana, consegui impedir esse ato arbitrário que o Governo queria infligir, a mim e a alguns outros proprietários de grandes fortunas de Nova Orleans. Com a recuperação de seus valores, a maioria dos marajás da cidade, proprietários de empresas que de vários segmentos, mas principalmente da construção civil, investiram em um audacioso projeto empresarial que surgiu na cidade.

Graças a este empreendimento, a cidade de Nova Orleans que estava arrasada pelos efeitos do devastador furacão Katrina, a cidade começou a se levantar.

Realmente eu visionava um grande futuro para aquela empresa e principalmente para aqueles que apostaram nela, mas com toda franqueza, jamais pude imaginar em um retorno tão grande e tão rápido, desse empreendimento, para a cidade, nem para aqueles que apostaram nela.

- Meu caro Donavam. – Disse ao me recostar no encosto da cadeira. – Os meus clientes, que aceitaram fazer parte da Vestrue não têm do que se arrepender. Melhor para mim e para o nosso escritório, pois cuidamos da maioria dos processos judiciais de alguns dos grandes investidores. E se eles estão financeiramente bem, nós com certeza também estamos.

Donavam retirou de dentro de outro bolso interno um envelope.

- Com toda a certeza Sr. Calarram. Agora tenho outra noticia. Por causa dessa noticia a Vestrue Co., esta dando hoje um grande jantar e o senhor foi convidado. . – Entregando para mim o envelope – Aqui esta o convite.

- Você acha que devo ir a este jantar, Donavam?

- Em absoluto. É imprescindível que o dono do maior escritório de advocacia do Estado da Luisiana e um dos maiores escritórios do país, vá a esse jantar. Pode ter certeza que não se arrependerá.

Levanto-me repentinamente, quase que em um pulo.

- Tudo bem! Pegue meu terno de emergência no armário e chame meu carro. Joe e Demetre devem me acompanhar. – dando as costas para Donavam e me dirigindo para outra porta no escritório. – Agora vou passar uma água rápida no corpo e estarei pronto em 20 minutos.

Donavam deixou meu terno preto, a camisa branca, a gravata vermelha e o par de meias de cor preta sobre o largo sofá de couro negro, enquanto o sapato de couro alemão preto envernizado se encontrava no chão próximo ao sofá.

Após me aprontar, desço pelo elevador privativo até a garagem, aonde já se encontrava minha limusine preta e meus fieis seguranças, descendentes de Italiano, que mais se aparentavam com mafiosos, Joe Santoro e Demetre Germano.

O percurso até o local do jantar, não levou mais que alguns minutos. Ao chegar, ainda dentro do carro, pude notar que na porta havia uma enorme movimentação de jornalistas das mais diversificadas mídias.

O carro parou. Joe abriu a porta para mim, enquanto Demetre ficou fazendo às vezes de motorista. Foi o próprio Joe que entregou o convite para o segurança que fazia a recepção. Por todo o trajeto até a entrada do recinto, os flashes das câmeras dos jornalistas fizeram brilhar, enquanto perguntas as quais não dei menor atenção, eram feitas para mim.

Da entrada do recinto até a mesa reservada para mim, fui acompanhado por uma linda jovem loira de vestido prata.

Finalmente lá estava eu. Um jovem advogado milionário no jantar ofertado por uma empresa bilionária. Agora era hora de observar, meus clientes e quem sabe estabelecer contato com algum futuro cliente e assim expandir ainda mais minha fortuna.

4Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Qua Mar 07, 2012 10:06 am

Henry Freeman

Henry Freeman
Ancillae

Todas as guerras travadas até hoje compartilham uma mesma curiosa característica: em um determinado ponto antes delas explodirem, há um momento de profunda paz. É a calmaria que precede a tempestade, o recuo do mar antes do tsunami invadir e varrer metade da cidade. Este é o exato momento em que Henry se encontra, comandando o jantar que anunciaria uma verdadeira batalha entre os Ventrue e a Camarilla local para decidir quem ficaria com o controle de Nova Orleans.

Desde a demonstração de incompetência dos Toreadores na administração da cidade pós-Katrina e a consequente recusa dos Artistas em aceitar ajuda “especializada”, os Ventrue decidiram que esta seria a hora perfeita para conseguir o domínio da cidade e trazer o progresso de volta. Se os humanos se enfraquecessem demais, os vampiros cairiam junto. Para pôr suas vontades na prática, decidiram por começar com a solidificação de uma empresa, uma marca forte que fosse reconhecida e agraciada pelo rebanho, e que além desse objetivo inicial, conseguisse também o apoio político e administrativo necessário a fim de terem à disposição uma base firme para se estabelecerem de uma vez por todas no território. Assim surgiu a Vestrue CO: um tapa de luva de pelica na cara afetada dos Toreadores.

Inegavelmente, erguer um império tão visado com um nome tão provocativo tem suas consequências ruins. Caçadores, a Igreja e os Lupinos teriam um alvo óbvio para se focarem. Agindo o clã sob essas condições, os Anciãos dos Ventrue decidiram não se expor e tampouco serem ligados à empresa diretamente, permanecendo até o presente momento nas sombras. Mas alguém teria que pôr a cara a tapa, alguém teria que falar e agir pelo clã e assumir todos os riscos do negócio para que o plano funcionasse. Essa figura teria que ser alguém que pudesse segurar o início do ataque da Camarilla mesmo sendo a responsável pelo anúncio da batalha; seria seu papel agir sozinho, sem companheiros ou aliados para lhe ajudar nessa empreitada. Entre colocar alguém fraco, mas sem grandes ambições pelo poder e a traição, ou alguém verdadeiramente forte em determinação e na busca pelo reconhecimento, os Anciãos optaram pela segunda opção. Henry Freeman foi o escolhido.

Para que não seja cometida injustiça, há de se dizer que os Ventrue têm sim um (único) aliado no embate a se firmar: os selvagens do clã Gangrel. Eles desaprovam a maneira como os Toreadores lidam com a área selvagem tão rica de Nova Orleans. Em troca pela ajuda oferecida, querem que sejam os únicos responsáveis pela área selvagem quando os Toreadores forem finalmente destronados. De início, foi cedido um Ancillae para funcionar como guarda-costas de Henry – que ainda o seria apresentado esta noite. Com o passar do tempo, a ajuda Gangrel cresceria e englobaria outros campos, mas ainda é algo incerto demais para que Henry ficasse se preocupando com isso. O que tem lhe tirado o sono atualmente é o risco à sua existência que vem de todas as direções, e não um futuro hipótético que pode não chegar. Trata-se de uma oportunidade magnífica de crescimento pessoal, mas a qual custo?

Ele circulava pelo salão apertando mãos e distribuindo simpatia com quem quer que lhe fosse apresentado. Corria o risco de uma dessas pessoas ser um agente inimigo, mas nada poderia fazer a respeito agora. A segurança fora reforçada e carniçais destacados para ajudar no evento. Cainita mesmo, no entanto, só havia ele. Henry olha repetidas vezes em seu relógio e depois em volta no salão, preocupado com o atraso de seu “companheiro”. Estava preocupado também em como o Gangrel se comportaria ao seu lado, ainda mais em um evento social deste porte. Ah, mas mesmo assim não pode deixar de sorrir ao imaginar a cena: um selvagem em seu traje black-tie, rodeado de humanos inferiores ao seu ver.

De fato eram muitas preocupações, e é melhor que seja assim. O medo de as coisas saírem erradas afia o senso de julgamento e a percepção do Ventrue. Havia sido escolhido porque é o melhor para o papel; não poderia deixar que nada estragasse sua noite, portanto, continua com seus afazeres normalmente. Dentre ilustres desconhecidos e oportunos oportunistas, acaba sendo apresentado a alguém que poderia verdadeiramente dizer conhecer.

Um dos secretário de Henry faz a apresentação de Victor Calarram, ilustre e jovem advogado “local”.

- Ora, se não é o senhor Calarram. Prazer, Victor. Eu sou o Henry. – estende a mão de maneira informal – Poderia me fazer um favor? Pare de tirar dinheiro do Estado ou então eu perderei meu maior financiador.

Após a brincadeira feita ele sorri amigavelmente para o homem. Já que por enquanto não pode fazer muito além de esperar, que pelo menos o fizesse na companhia de alguém que parecia interessante. A fortuna, nome e influência de Mr. Calarram seriam do agrado de qualquer empresário deste mundo.

Enquanto gasta seu tempo com o advogado, Henry continua percorrendo o salão com os olhos. O que parecia uma preocupação natural de um anfitrião era na verdade a ansiedade em receber o Gangrel. Queria estar “lá” quando o selvagem chegasse, ou então algo poderia dar muito errado.

5Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Qua Mar 07, 2012 12:47 pm

Victor Calarram

Victor Calarram

Após ficar algum tempo sentado, resolvi dar uma leve circulada no salão acompanhado de Joe, assim eu posso ver quais de meus clientes estavam presentes no jantar.

Pude observar em meu giro pelo salão, que havia alem de um atendimento de primeira qualidade, um forte esquema de segurança. Também uma empresa grande como a Vestrue Co, teria algum inimigo, assim como todas as empresas e empresários de sucesso os têm. Podia ver também os donos de algumas das maiores fortunas da cidade enquanto andava pelo salão. Sei disso por experiência própria.

Mulheres lindíssimas recepcionavam e serviam a todo.

Em minha volta pelo salão cumprimentei alguns de meus clientes, e aproveitei que eles estavam conversando com outros empresários para puxar assunto e assim divulgar o meu trabalho e meu escritório para esses clientes em potencial.

Após algum tempo nessa manobra de cumprimentos e capitalização de clientes, resolvi retornar para minha mesa e beber uma água.

Sentei na cadeira e girei meus olhos procurando a garçonete mais próxima. Meus olhos encontraram a duas mesas de distancia uma jovem com vestido prateado, cabelos ruivos alisados que chegavam até a altura dos ombros, sua pele era branca, porem com vestígios de rubor, sinalizando ser uma pessoa saudável, mas que não costumava pegar um bom sol. Acenei para a jovem, que a passos largos porem lentos, veio em minha direção. Conforme ela se aproximava eu via melhor os contornos daquele corpo escultural que devia ter um metro e sessenta de altura. Agora a pouco menos de um metro de distancia eu já podia ver o lindo azul claro que seus olhos possuíam.

- Pois não, o que o senhor deseja?

Que voz linda a jovem tem me perdi em meus pensamentos momentaneamente, mas logo respondi.

- Por favor, quero saber o seu nome e também quero uma água.

Ela não simplesmente ignorou a parte de seu nome e simplesmente retirou de cima da bandeja que carregava em sua mão direita um copo de cristal apropriado, bem como uma garrafa de vidro transparente de água mineral, e imediatamente se virou e continuou a percorrer o salão até outra mesa a onde também serviu uma garrafa de água.

No momento em que me servia observei um distinto senhor vindo em minha direção acompanhado do que parecia ser um secretario. Aprecei-me em dar um gole na água que já se encontrava em meu copo.

Assim que terminei de beber a gole, aquele senhor já estava ao lado de minha mesa. Nunca o tinha visto antes, pelo menos era a impressão que a minha mente tinha.

Levantei-me no exato momento em que ele estende a mão em cumprimento o qual correspondi.

Reconheci o nome daquele senhor, era ele que assinava o convite e também a carta enviada mais cedo para meu e-mail. Este era provavelmente um dos homens responsáveis pela Vestrue Co.

- Prazer, Senhor Henry! – falo calmamente olhando para os olhos daquele senhor, mas assim que ele fala sobre o dinheiro e o financiador passo a sorrir o que faz com que comece a olhar não só ele, mas a o ambiente, soltando as nossas mãos – Bem eu só queria o que o governo pegou de mim e dos outros, mas não tenho culpa de ser bom no que eu faço e conseguir pegar um pouco mais. Mas não se preocupe senhor Henry, eu não estou mais lutando para recuperar as fortunas usurpadas pelo governo, eles reconheceram o erro deles e já devolveram as que eu não consegui recuperar, acho que ficaram com medo de pagarem mais juros e multas. Agora o meu interesse é outro. Meu atual interesse é ter a Vestrue Co., como cliente de meu escritório, mas isso falemos em outro momento. Quero agora agradecer ao senhor pelo convite, bem como elogiar os seus números, anunciados naquela carta-mail. Meus parabéns!

Esperava que minha resposta não parecesse tola, visto que meu atual interesse realmente era captar como cliente aquela empresa que se tornara um gigante. Mas falei com total segurança que acho ter feita parecer uma boa colocação. Quem sabe Hanry pudesse dedicar um pouco mais de tempo e atenção a mim antes de voltar a circular entre os convidados, fazendo o papel de anfitrião

6Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Qua Mar 07, 2012 6:21 pm

Liam Maverick

Liam Maverick
Ancillae

Era meio complexo pra mim, conseguir definir o que eu estava sentindo nesse exato momento. Sufocado era uma ótima palavra, mas ainda assim não parecia ser o suficiente para descrever quão incômodo era estar trajando aquele excesso de tecido. O terno alinhado de um tal corte italiano, como me disseram, parecia limitar os meus movimentos e tudo que eu menos precisava era me sentir limitado. Sem contar também aquele maldito par de sapato. Quem em sã consciência e de boa vontade calçaria um negócio que esmaga todos os seus dedos uns contra os outros? Eu tinha a esperança de que aquela frescura toda fosse só por hoje, já que era um evento importante cheio de gente rica. Já que abria mão da minha paz, pelo menos teria que me sentir confortável nessa catástrofe disfarçada de trabalho.

Olhei para o relógio em meu pulso e xinguei alto; mesmo tendo traçado metade do caminho voando em minha forma de corvo, estava atrasado. Teria chegado em tempo se não tivessem me obrigado a tomar um banho antes. Ninguém ia ficar me cheirando para saber se eu estava limpo, ia? Até perfume passei! É cada coisa que se pode fazer com um cainita quando ele está tão... Subordinado.

Ao longe vi uma aglomeração de carros e pessoas em frente à enormes prédios espelhados, além de muita claridade vinda de flashs, holofotes e todas aquelas porras chamativas que os humanos adoram enfiar nas próprias caras. Resmunguei em puro desgosto e puxei o nó da gravata preta que haviam enfiado em mim, novamente me sentindo sufocado, por mais que eu tentava afrouxá-la sem rasgar o tecido. Meu nervosismo não era de ansiedade propriamente dita, estava mais pra alguma espécie de claustrofobia. Com uma leve pitada de vontade de estraçalhar um certo Ventrue. Mas era melhor me controlar ou quem acabaria estraçalhado seria eu. Só de pensar em fazer algo que pudesse deixar meus superiores emputecidos, meus pêlos se eriçavam e minha mão esquerda tremia em um tique nervoso.

Desviando com habilidade dos humanos exageradamente sorridentes e ridiculamente bem-vestidos, cheguei até o segurança da porta de entrada, que ao pensar por um instante, daria um ótimo Gangrel com aquele tamanho todo. Tirei o convite meio amassado do bolso interno do meu paletó e entreguei à ele, olhando ao meu redor para tentar identificar outros cainitas no meio daquela floresta de mortais. Distraído, demorei a perceber que o homem alternava entre encarar o convite e me encarar, passando os olhos desde meus cabelos despenteados para trás até os meus pés desconfortavelmente esmagados no sapato.

- Que foi? - perguntei à ele, aborrecido enfiando as mãos dentro dos bolsos para esconder que meus dedos tamborilavam agitados. Eu não devia estar lá com uma aparência muito confiável, pela expressão dele.
- Tem certeza que o senhor está na festa certa? - o segurança indagou, olhando novamente para o convite e me fazendo bufar impaciente quando algumas pessoas atrás de mim começaram a cochichar entre si.
- Infelizmente, sim. - respondi entre os dentes, tentando não me concentrar em como era interessante a veia saltada pulsando na careca dele. Não tinha muito costume de me aproximar dos humanos sem outra intenção além da de encher meu estômago morto com o sangue deles.

O homem trocou um olhar cheio de significados com um outro segurança mas pareceu convencido, devolvendo-me o convite e passando o detector de metais pelo meu corpo antes de finalmente autorizar a minha entrada no prédio. Idiotas, eu não precisaria de nenhuma arma para causar um estrago ali, se assim eu quisesse. Pena que não havia autorização para isso.

Assim que entrei no salão onde estava ocorrendo a tal festa, minha imediata vontade foi a de virar as costas e sair correndo. O caos de gente, brilho e conversas era ainda maior ali, e eu me sentia atordoado com tanta informação para absorver. Se tivesse a capacidade de suar, estaria encharcado naquele exato instante, tanto pelo nervosismo quanto pelo calor da camisa preta em contato com a minha pele. Sem notar, havia parado de repente, como se meus pés tivessem colados no chão, e isso fez algumas pessoas esbarrarem de leve em mim. Instintivamente, deixei um rosnado sair pelo canto dos meus lábios.

- Oh, desculpa! - veio o pedido em voz baixa de uma moça, com os os olhos arregalados e braço dado com um velhaco aleatório, que eu ignorei. Era melhor encontrar logo o Ventrue para ter um motivo para ocupar meus pensamentos.

Ergui meu rosto no ar, sentindo uma ligeira e agradável sensação de poder com o gesto, e aspirei profundamente, trazendo todos os aromas ao meu redor para meu cérebro processá-los. Obviamente que não pude evitar de fazer uma careta com o cheiro nojento de tanta artificialidade, mas não é como se eu ligasse para os olhares de estranheza que estava recebendo. Era mais prático farejá-lo do que ficar andando pelos lados perdido feito um rato num labirinto. Felizmente, após alguns minutos, eu pude vê-lo próximo, todo engomadinho conversando com um humano ainda mais engomadinho. Tinha um cheiro refinado que somente um Ventrue poderia ter, então aquele cainita só podia ser Henry Freeman.

- Senhor Freeman? - chamei-o ao me postar em seu lado, deixando bem óbvio em meu tom de voz que apesar das boas maneiras, eu não tinha a menor vontade de ser muito educado. Engraçado como ele era mais baixo do que eu, assim seria fácil jogá-lo no chão e pular em cima caso resolvessem atacá-lo, igual os guarda-costas fazem nos filmes.

Intimamente, eu esperava que surgisse aquela oportunidade.

7Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Qui Mar 08, 2012 9:53 am

Henry Freeman

Henry Freeman
Ancillae


A noite corria perfeitamente bem em relação aos planos traçados. Jornalistas, políticos e empresários tinham seus egos massageados pelo luxo oferecido no jantar. Entre belas mulheres e deliciosos pratos, negócios eram firmados pelos executivos juniors da Vestrue. Até mesmo um projeto de candidatura para a Câmara da Cidade estava sendo negociado entre o pessoal do gabinete do Prefeito e associados Ventrue. A atenção da mídia especializada estava toda em Henry e sua empresa queridinha na cidade; as poucas faltas ao evento foram compensadas por alguns representantes de veículos de fora do estado que decidiram na última hora cobrir o evento. Como CEO ele estava radiante. Discursaria dentro de poucos minutos, ratificando os números já exibidos com o relatório financeiro anual disponibilizado dias atrás – e relembrados na carta mandada há pouco. Certeza de sucesso, e contratos, e influência, e mais sucesso. Mesmo não tendo sido criada visando lucro, a Vestrue CO é realmente um excelente negócio.

O discurso, criado por um dos secretários e aperfeiçoado por Henry, foi repassado mentalmente uma dúzia de vezes, visando a memorização integral - inclusive de números – de modo que a sua performance se mostrasse impressionante ao dispensar as ingloriosas “colas”. Um palanque para discursos faz parte do imenso salão onde ocorre o jantar, e de lá ele deveria dar início à jogada final no embate com os Toreadores.

Ainda restavam dois minutos para o Grand Finale, e sua preocupação com o atraso do Gangrel chegou ao fim da linha com aquele cheiro. Nenhum vampiro tem o odor natural mais forte que os Selvagens, o qual nem nem mesmo o mais agraciado dos perfumes franceses – ou até mesmo aguarrás – conseguiria disfarçar. Para Henry, aquele fedor era algo parecido com o de um animal morto.

O cheiro havia chegado às suas narinas sem que ele ficasse “fungando” o ar, logo, pôde continuar a ouvir a resposta do advogado sem mudar de expressão. Victor, aliás, teria um papel relevante nessa história toda.

- É óbvio que seria um prazer ter o Calarram cuidando de nossos interesses. Acompanhamos cada passo de sua firma muito de perto. – Henry olha para o secretário e o homem confirma a afirmação – Tão de perto que estou seguro de que a oferta que irei lhe fazer será um excelente negócio para nós dois, Victor.

A frase acabou no exato momento em que o esguio sujeito parou ao lado de Henry, que continua a pontualidade de suas ações ao se voltar para o Gangrel antes que este abrisse a boca.

- Senhor Freeman?

É, ele não queria estar ali. Mas está! Será muito divertido para o Ventrue tê-lo por perto, de fato.

- Você deve ser o Liam. – age de forma mais informal que o Gangrel, o que não deixa de ser irônico – Chegou em boa hora. Farei o meu discurso agora mesmo, mas antes devo me despedir do meu amigo aqui.

Henry tinha aquela cara de sério dele, então seus sorrisos nunca parecem caricatos ou fakes demais. Já o olhar, carregado naturalmente pelo poder da Dominação, é profundo e normalmente impõe a vontade do dono sem esforço.

O Ventrue vira-se para Victor e, sem rodeios, faz a proposta que prometera.

- Nós efetuamos a compra de alguns imóveis do Garden District que haviam sido tombados pelo patrimônio histórico. Parece que alguém da Secretaria de Administração “descobriu” que obras posteriores invalidaram o estatuto desses imóveis como objetos de tombamento. Precisamos que o Calarram Associados acompanhe o processo até o fim, para o caso de surgirem imprevistos. Mas não se preocupe, temos tudo sob controle.

Ele toca o ombro de Victor antes de deixar o local.

- Até em breve. Não se esqueça de passar no meu escritório amanhã e conversar com o meu secretário aqui. – mostra o homem que o acompanhava durante a noite.

Henry começa a andar em direção ao palanque com a certeza de que o Gangrel o seguiria. O sorriso some do rosto e sua expressão adquire o ar de seriedade que lhe é natural. Ele segue ao lado do Selvagem sem, contudo, encará-lo ao lhe falar.

- Seja bem-vindo a Nova Orleans, senhor Maverick. – Henry aponta um canto do salão e cochicha para o seu secretário, enviando-o para uma tarefa menor qualquer; depois continua a falar com Liam – Devo lhe agradecer pela ajuda oferecida e torcer para que façamos o melhor trabalho possível. Somos só nós dois, meu caro.

Após atravessar o salão ele se posiciona no palanque e as atenções recaem sobre si. As luzes gerais são enfraquecidas, enquanto que holofotes miram o CEO e lhe dão todo o destaque necessário.

- Boa noite, senhoras e senhores. Espero que estejam apreciando o jantar oferecido, já que ele custou boa parte de nosso orçamento.

Com a brincadeira feita, Henry começa a discorrer resumidamente os números alcançados pela Vestrue CO. Explica o movimento de captação de recursos de maneira que até o mais leigo dos jornalistas presentes – e nunca são poucos – consiga entender. Projeta o crescimento esperado no ano e enfim anuncia o que tem sido feito, como os projetos em andamento – a negociação para liberação de verba do Fundo de Desenvolvimento Federal para investimento em empreiteiras locais é o maior destaque. O que vem em seguida é o grande momento da noite, que embora fosse soar de certa forma corriqueiro aos ouvidos dos presentes, seria o estopim do confronto nas sombras.

- Por fim gostaria de anunciar a compra de alguns imóveis no Garden Disrict. Nós os manteremos desocupados e faremos uma completa reformulação em suas estruturas de forma a se adaptarem aos nossos interesses. – destaque a ser entendido nas entrelinhas – O processo judicial da compra está concluído e em muito muito breve deveremos proceder ao despejo. Os imóveis são os seguintes...

Cada endereço pronunciado por Henry refere-se ou a um Elísio da Camarilla ou a um local de interesse da Seita, todos meticulosamente escolhidos para que os cainitas sejam desalojados em massa. Os imóveis da Camarilla contam com equipamentos de segurança, passagens secretas, cômodos especialmente preparados... Perder essas comodidades e se ver obrigado a procurar um novo refúgio em meio à guerra poderia ser o ponto crucial para a derrota dos Toreadores e sua turma.

Ao fim do discurso o CEO é aplaudido com vigor. Ele deixa o palanque com o seu sorriso simpático de sempre e segue direto para a companhia do Gangrel.

- Tire-me daqui agora.

Esse foi o primeiro movimento apenas, outros viriam já no dia de amanhã.

Os Toreadores poderiam esperar por muito mais.

8Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Qui Mar 08, 2012 5:44 pm

Victor Calarram

Victor Calarram

A cada minuto chegavam mais pessoas de todas as esferas de Nova Orleans e também do estado de Luisiana. As pessoas eram na maioria, empresários da construção civil, políticos, mas também se via artistas e jornalistas dos principais veículos de comunicação.

Em minha frente estava aquele que era o rosto daquele grandioso empreendimento denominado Vestrue Co. Seu nome Hanry Freeman, acompanhado pelo seu secretario, assim como eu estava acompanhado pelo meu bravo segurança e aparente mafioso, Joe Santoro.

A mesa que ocupava, ficava poucos metros a frente do palco aonde a orquestra tocava What A Wonderful World, uma clássica musica de Nova Orleans. No meio do palco havia também um pequeno palanque com um microfone acoplado. Provavelmente seria feito um discurso. A pista de dança no meio do salão permanecia vazia, visto que as pessoas estavam ali mais para realizar negócios do que para se divertirem.

Henry tinha uma expressão um tanto quanto séria. E parecia ficar atento aos detalhes que o cercavam.

Após demonstrar meu interesse em ter a Vestrue Co. como cliente do meu escritório, fui surpreendido pela resposta de Henry.

- É óbvio que seria um prazer ter o Calarram cuidando de nossos interesses. Acompanhamos cada passo de sua firma muito de perto. – Henry olhou para o secretário e o homem confirmou a afirmação dele. - – Tão de perto que estou seguro de que a oferta que irei lhe fazer será um excelente negócio para nós dois, Victor.

Nossa, fiquei abismado. Achei que seriam necessárias muito mais conversas, reuniões e jantares. Acho que nunca por todo o tempo que trabalho como advogado algum cliente me foi tão direto em suas intenções negociais. Mesmo abismado tive que responder a ele alguma coisa.

No exato momento em que ia responder ao Freeman, postou-se ao seu lado um sujeito, com uma postura um tanto quanto desleixada para o ambiente, mas quem o olha com um pouco mais de atenção poderia ver que ele estava na verdade muito desconfortável com aquela roupa. Dava a impressão de ser um caipira do interior do estado, provavelmente algum filho de fazendeiro que não devia freqüentar eventos sociais.

Henry vira em direção ao jovem e em frações de segundo antes do jovem se pronunciar

- Senhor Freeman! – falou o rapaz.

Parecia que Freeman aguardava a intrusão do jovem.

Segundos após o jovem se pronunciar foi a vez de Freeman falar.

- Você deve ser o Liam. Chegou em boa hora. Farei o meu discurso agora mesmo, mas antes devo me despedir do meu amigo aqui.

Bem agora já sabia o nome do jovem bem como quem seria o responsável por discursar no palanque. Freeman, realmente era um dos lideres da Vestrue Co., eu não tinha errado meu faro.

Se virando para mim Henry. Seu olho via-se o poder que tinhas nas mãos sendo um dos altos escalões da Vestrue. O olhar dele foi igualmente retribuído por alguém que sabe o momento de se arcar e de se sobre por. Não gostava de ser submisso a ninguém, e assim retribuía o olhar de Freeman, com o mesmo poder por ele implementado. Par variar, ao falar ele foi novamente direto ao ponto, sem fazer nenhum rodeio, já me fazendo uma proposta quase irrecusável.

- Nós efetuamos a compra de alguns imóveis do Garden District que haviam sido tombados pelo patrimônio histórico. Parece que alguém da Secretaria de Administração descobriu que obras posteriores invalidaram o estatuto desses imóveis como objetos de tombamento. Precisamos que o Calarram Associados acompanhe o processo até o fim, para o caso de surgirem imprevistos. Mas não se preocupe, temos tudo sob controle.

-Pode ter certeza senhor Freemam, que os seus interesses agora fazem parte dos interesses do meu escritório. – Fiz questão de falar com um ar de enaltecido, porem nem um pouco subserveniente. Ora eu era um dos melhores advogados dos E.U.A, e o meu escritório era um dos maiores dos E.U.A. quem poderia ser melhor opção para a Vestrue senão eu e meu escritório. - Providenciarei tudo o que for possível em termos legais o Escritório Calarram fará tudo o que estiver ao seu alcance para conduzirmos os projetos jurídicos da Vestrue. – Agora vem a demonstração final de o porquê sou o melhor do estado de Luisiana e porque me tornei mais rico do que já era. – Provavelmente amanhã eu já tenha uma resposta do andamento dos processos. Minha equipe trabalha com plena eficiência e comprometimento aos clientes.

Ao terminar de falar, percebo que Henry quer sair dali, aceno com a cabeça e ele começa andar. Ele rapidamente toca em meu ombro como um cumprimento de despedida e diz:

- Até em breve. Não se esqueça de passar no meu escritório amanhã e conversar com o meu secretário aqui. – mostrando o secretario dele.

Sorri.

- Até breve Senhor Freeman, amanha passarei em seu escritório sim.

Ele seguiu para o palanque enquanto era acompanhado pelo senhor Liam e pelo secretário. Em certo momento o Secretario deixou Freeman que foi acompanhado por Liam até próximo ao palanque.

Lá ela discursou. Sentei-me para ouvir as palavras do anfitrião e quase certeza futuro cliente.

Ouvi com atenção cada uma das palavras de Henry. Quando este finalmente terminou peguei meu celular e enviei uma mensagem para Donavam.

“Encontre-me no Razzoo. Chame o Juiz Willian. Vou sair do jantar e paro pra lá. Devo estar lá em 1 hora. Att: Victor.”

Assim que terminei de digitar a mensagem assinalei para Joe se aproximar.

- Joe, informe ao Demetre para trazer o carro. Nós vamos para o Razzoo.

Com um leve gesticular de cabeça em concordância, ele pegou seu telefone e ligou para Demetre, o informando de minha solicitação.

Olhei novamente a minha volta para ver se encontrava mais alguém que pudesse ser interessante. Não encontrei ninguém.

Levantei-me, alinhei o meu terno parti rumo a saída. Antes mesmo que o banquete fosse servido. Não estava com fome e naquele momento, minha cabeça não girava em um turbilhão de pensamentos e estratégias judiciais que pudessem ser apresentadas a Herny Freeman. Mas isso só seria realmente possível junto com Donavem e com o Juiz Willian, meus dois grandes aliados.

Dirigi-me a saída lentamente, cumprimentando alguns rostos conhecidos e sendo cumprimentado por alguns outros.

Atravessei o largo e cumprido salão de entrada e desci a mesma escadaria de antes, e novamente os flashes das câmeras fizeram brilhar em minha face. Ao chegar na calçada, Demetre já me aguardava com a porta da limusine aberta.

Seguido de Joe, adentrei o interior do veiculo, sem olhar para trás. Agora me dirigia para Bairro Francês, destino Razzoo Bar & Pátio.

9Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Qui Mar 08, 2012 7:08 pm

Liam Maverick

Liam Maverick
Ancillae

Meus olhos já estavam ficando vesgos de tanto que eu os rolava impaciente diante de tanta afetação e formalidade entre o Ventrue e os humanos com quem ele conversava. Achava quase admirável como o cainita conseguia ter tanta paciência e facilidade em se comunicar com eles como se fosse mesmo um mortal. Eu não conseguia me dar com as outras pessoas nem quando era vivo, agora então, seria um desastre tão grande que a máscara poderia ser quebrada sem querer. Por sorte a minha função era simples apesar de perigosa, somente salvar o rabo daquele topetudo que pela tranquilidade, parecia não ter idéia do que estava fazendo. Ah claro, com outros cainitas tão dispostos à protegê-lo, não tinha muito com que se preocupar mesmo.

Afrouxei novamente a minha gravata enquanto seguia-o pelo salão, odiando profundamente cada olhar que a presença dele atraia para nós dois. Não que os mortais demorassem demais me encarando, já que a expressão de puro desgosto e aborrecimento que eu exibia era suficiente para fazê-los mudarem o foco de suas atenções rapidinho. O problema era estar com aquela função tão medíocre de guarda-costas estampada na minha cara. Eu tinha que ficar ali esperando a merda ser jogada no ventilador e depois correr com a pá e a vassoura limpar tudinho antes que fedesse. Muito bonito da parte dos Anciões, largarem todo o trabalho sujo para Ancillaes. E quanto mais eu pensava naquilo, mais acreditava naquele meu instinto que me dizia que os Gangrel estavam sendo manipulados e que eu deveria ficar de olho muito bem aberto. Política não era o meu forte, então seria um pouco difícil pra mim conseguir acreditar totalmente no que os Ventrue estavam fazendo.

- Seja bem-vindo a Nova Orleans, senhor Maverick. Devo lhe agradecer pela ajuda oferecida e torcer para que façamos o melhor trabalho possível. Somos só nós dois, meu caro.

- Claro, oferecida. - respondi sarcástico aos resmungos, sem ter certeza de que havia sido claro o suficiente para ele compreender o que eu havia dito. Tanto faz também, para muitos clãs, tudo que um Gangrel dizia era só um punhadinho de rosnados sem importância. Só porque não estufávamos o peito e enchiamos a boca na hora de despejar um discurso decorado babaca e mortal para cima dos outros. Não negávamos nossa raíz não-humana.

Soltei um gemido de frustração quando o segui até um pequeno palco, onde todos os presentes pareciam estar virando-se para olhar. Por algum motivo, não imaginei que ele fosse se mostrar assim, tão descaradamente, e me senti muito estúpido por isso. Era óbvio que o Ventrue metido ia querer aparecer ainda mais, ia soar muito deselegante se ele mandasse o tal secretário discursar por si. Pelo menos para o meu alívio particular, as luzes se apagaram me ocultando nas sombras por trás do outro cainita, que imediatamente foi iluminado por aqueles holofotes dolorosos. Como é que ele conseguia enxergar com tanta luz artificial mirada na própria cara?

Cruzei os braços na frente do peito e abaixei o meu rosto, mantendo minhas narinas e meus ouvidos bem atentos à qualquer aproximação suspeita, quando o Ventrue começou a falar. Seu blá-blá-blá sobre a empresa não me despertava o menor interesse, me fazendo até soltar um enorme e ruidoso bocejo que eu nem lembrava mais ser capaz de fazer. Entretanto, após alguns minutos, seu discurso entrou por um caminho extremamente perigoso. Ergui a cabeça e encarei a nuca dele com as sobrancelhas franzidas e a boca aberta, quase descrente na audácia que ele estava tendo em anunciar para a cidade inteira que ia praticamente chutar a bunda dos Frescos para fora de suas poltronas de art noveau. Agora eu tinha entendido perfeitamente porque meus subordinadores não haviam me dado detalhes específicos do que o Ventrue faria nessa maldita festa. Os humanos aplaudiam ainda por cima, completamente leigos sobre o quanto aquilo não ia prestar.

- Tire-me daqui a agora. - ele ordenou vindo até mim.

- Porque você não pintou um alvo na testa? Teria sido mais discreto. - respondi carrancudo, encarando-o como se ele fosse louco e segurando em seu braço, próximo ao cotovelo, com uma força maior do que o necessário - Não reclama ou eu te largo sozinho pra se explicar aos Toreadores. - mesmo sendo impossível que eu fizesse tal coisa, falei com um tom sério o suficiente para fazê-lo acreditar. Ou assim eu esperava.

Arrastei-o comigo pela lateral do salão, em um passo apressado mas não o suficiente para fazer as pessoas se virarem curiosas para ver aonde estávamos indo, até chegar em uma porta dupla que pelo cheiro vindo atrás delas, eu sabia que levava até a cozinha do lugar. Em momento algum me importei em olhar para trás e verificar se o Ventrue estava curtindo ou não o meu método de trabalho, já que tal fato me interessava tanto quanto os números da empresa dele. Só sentia uma enorme necessidade de me mandar dali o mais depressa possível e também arrancar aquela roupa escrota assim que saíssemos. Empurrei a porta com a outra mão e entrei em um corredor largo e curto, que tinha mais uma porta dupla ao seu extremo, finalmente dando à cozinha.

- Sai, porra! - falei em voz alta para um garçom estúpido que empacou na nossa frente, indeciso entre equilibrar a bandeja ou desviar do nosso caminho, com uma cara de espanto que poderia ter sido hilária se eu estivesse de bom-humor.

Aliás, todos dentro da cozinha pareciam extremamente chocados com a nossa presença ali, enquanto eu arrastava o Ventrue desviando com agilidade de fogões e prateleiras de panelas. Ele havia dito para eu tirá-lo de lá, não é mesmo? Não ouvi ele dizendo qual caminho deveria ser tomado. Por várias vezes imaginei que talvez seu braço estivesse doendo entre os meus dedos, mas ignorei e continuei a passos largos e apressados até encontrar uma terceira porta, por onde saímos como um tiro, quase quebrando as dobradiças ao passarmos. Do outro lado não havia nada além de uma pequena escadaria que dava ao pátio de carga e descarga do prédio, vazio neste momento.

- Vossa majestade tem alguma idéia pra onde ir? - perguntei com deboche quando meus dedos escorregaram para longe de seu cotovelo, virando-me para ele com meus olhos faíscantes de raiva - Ou devo te botar nas minhas costas e sair correndo floresta adentro? - torcia muito para que não fosse isso que ele esperava de mim; eu preferiria me enfiar embaixo do sol à carregar um Ventrue por aí, como se ele fosse meu cavaleiro.

Não podendo mais suportar, imediatamente arranquei a gravata do meu pescoço com um puxão nada delicado, rasgando o tecido dela e atirando-a no chão. Em seguida puxei o paletó e a camisa de uma só vez, tirando ambos pela cabeça sem sequer abrir seus botões, levando-os para o mesmo destino dos retalhos de gravata, ficando com meu tronco completamente nu. De certo o Ventrue ia torcer o narizinho de rico dele para a minha atitude, mas se ele falasse qualquer coisinha, tomaria uma patada na cara. Minha paciência estava completamente inexistente, apesar do suspiro de contentamento que soltei ao tirar também os sapatos e as meias, estralando os ossos dos meus pés com gosto. Nunca se deve engravatar um Gangrel e esperar que ele ature isso por muito tempo.

10Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Ter Mar 13, 2012 9:30 pm

Henry Freeman

Henry Freeman
Ancillae

TRECHOS EM ITÁLICO POR 'LIAM MAVERICK'




Estava feito. Metade da missão de Henry era organizar o ataque aos líderes da Camarilla, fato consumado com o anúncio dos despejos. A outra metade da missão, a metade difícil, acaba de começar: sobrevivência. Sua cabeça à esta altura já deveria ser o item mais cobiçado da cidade. Helena, a louca, provavelmente estaria com sua cara de estressada cuspindo insultos nobres que mostrassem “toda a sua cultura”. A Senescal é uma importante figura do poder local que não goza de unanimidade dentro de sua Seita, inclusive existindo dúvidas quanto à fidelidade daqueles que a seguem de perto. A Primigênie poderia ser uma pedra no sapato caso decidissem apoiar o status quo, mas ainda sim um problema menor. O medo de Henry tem nome e sobrenome da nobreza.

Edgard von Astorff é uma lenda que vagueia por entre os mundos natural e sobrenatural. Seja a figura por muitos avistada à espreita nos inúmeros becos escuros da cidade, ou aquele que causa temor entre os mais valorosos guerreiros cainitas, O Xerife tem uma reputação que o precede. ‘Implacável’ poderia ser o seu apelido. Henry teme por ser a bola da vez quando O Xerife sair para caçar. Poderiam ser outros a fazer tal serviço, mas dada a natureza e gravidade da provocação, é quase certo que a delirante Helena mande seu melhor homem para fazer o serviço. Na verdade, mais que temê-lo, o Ventrue sabe que poderia encontrá-lo muito em breve; só não sabe se o cão de guarda deslocado para fazer sua segurança teria chances contra o implacável.

Tentando fazer jus à sua posição, o Gangrel carrega Henry para fora do jantar de forma rápida e bruta – como era de se esperar. Nem mesmo o olhar de repreensão quanto à força desnecessária utilizada intimida o Selvagem. Eles passam pela cozinha de forma atabalhoada e nada elegante ao se considerar que aquela era a saída do homenageado da noite. Momentos depois já estavam do lado de fora do prédio, na área de carga e descarga. Liam começa seu ataque de nervos, dando razão à tese de Henry que todos os vampiros dão chiliques, apenas o modo como ele se manifesta é que difere.

- Vossa Majestade tem alguma idéia para onde ir? Ou devo te botar nas costas e sair correndo floresta adentro?

Acompanhando o chilique vem um strip-tease nada sensual.

Henry massageia o braço no exato local por onde havia sido carregado. Ele tinha a cabeça abaixada enquanto olhava feio para o Selvagem. Alguns funcionários saíam da cozinha jogar o lixo do lado de fora, enquanto que outros chegavam por detrás de alguns caminhões e entravam nos prédios. A resposta do Ventrue tarda por conta da discrição que adota, esperando que a área se esvaziasse antes da próxima palavra ser dita.

- Eu precisava que você me tirasse de lá por dentro do prédio, e não que me deixasse aqui fora com o "alvo em minha testa". – gesticulava com o dedo em riste - Teríamos saído junto às pessoas e feito refúgio em minha empresa.

A raiva em seu olhar focaliza o Gangrel por alguns segundos. O nível de Dominação e a ascendência sanguínea de Henry sobre Liam fazem lembrar quem é o dominante, quem é o superior dentre os dois cainitas.

- Vamos sair daqui antes que ele chegue.

Cruzei meus braços na frente do tórax e tombei a cabeça para um lado enquanto olhava para o Ventrue, me esforçando ao máximo para não ter uma crise convulsiva de tanto rolar meus olhos. Apesar de toda aquela pose de homem sério de negócios, não conseguia vê-lo como outra coisa a não ser uma criancinha birrenta querendo fazer de tudo para chamar a atenção. Sim, eu não era entendido de política, mas tinha a fixa opnião de que existia um meio mais simples e democrático de resolver a parada com os Toreadores. Obviamente que eu não iria sair por aí dizendo aos Ventrues que o plano deles era retardado. Só deixar bem claro ao reizinho aqui, que eu o achava retardado.

- Peraí, em momento algum você me deu instruções específicas de como proceder a sua evacuação! - respondi aumentando o tom de escárnio com uma imitação afetada dos gestos que ele fizera - Desde quando ficar trancado em uma sala cheia de carniçais vai impedir algum cainita de invadí-la?

Tomando a liderança, Henry começa a caminhar em direção à saída de caminhões. Se o Nosferatu quisesse pegá-los, faria onde bem entendesse, mas se estivessem em meio à multidão quando o momento chegasse teriam a proteção da Máscara a seu favor. Além do que, a “beleza” do Rato há de ser disfarçada frente à multidão que anda noite após noite pelas ruas de Nova Orleans. Resta saber se teriam tempo suficiente para alcançarem esta multidão.

Fiquei parado no mesmo lugar enquanto via-o se afastar apressado em direção à um portão largo e levei alguns instantes para me dar conta que devia continuar acompanhando-o. Resmungando algo incompreendível entre rosnados e xingamentos, corri para alcançá-lo, meus pés descalços fazendo um som estridente em contato com o concreto do chão.

- E quem diabos é ele? - questionei-o ao ficar lado-a-lado, sabendo que certamente deveria se tratar de um Ancião, mas precisava saber de qual especificamente o Ventrue estava falando. Quem sabe dava tempo de eu me preparar melhor para uma possível luta.

Engraçado, que por algum motivo, meu mau-humor estava ligeiramente evaporando. Dando lugar à um típico calor nas minhas entranhas mortas, que em vida, seriam aqueles momentos onde a adrenalina é jorrada para dentro da minha corrente sangüínea. Agora tal formação química deveria ser causada por puro instinto. Uma empolgação animalesca, antecipando-se com a idéia de cair de garras e presas em cima de outro cainita. Rolar no chão arrancando pedaços um do outro, mastigando seus membros, até que um saísse literalmente com o rabinho entre as pernas. De repente me peguei quase desejando que o tal cainita temido aparecesse logo.

- Edgard von Astorff, o Xerife da cidade. Um Nosferatu com mais força e perseverança do que feiúra. – olha para trás, na direção de Liam – Engraçado você se meter nessa sem saber de quase nada. – terminada a frase, Henry sorri ironicamente em provocação que dura apenas um breve instante – Fique atento e se concentre no caminho.

Ao passarem pelo portão alcançam a velha rua de paralelepídedos que servia como acesso aos fundos daqueles prédios. O ambiente em volta lembra muito com o de uma cidade industrial, com baixa iluminação e poucas pessoas na rua. É o horário permitido ao trânsito de caminhões, então não é difícil vê-los transitando pela área. Dos bueiros nas beiras das calçadas e no meio da rua vaza uma fumaça esbranquiçada que dá a impressão de nevoeiro pelo caminho. Henry desacelera o passo para que o Gangrel siga à sua frente. A única precaução possível de sua parte é manter-se atento; o resto deixaria com a sua sorte - e com o seu mais novo "amigo".

11Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Dom Mar 18, 2012 11:20 pm

Miraliese Fuentes

Miraliese Fuentes



Depois de nascer e crescer nas terras do Sr. Ford, sendo uma das filhas de seus empregados imigrantes, costumava acompanhar papai e seu senhor as caçadas no pântano. Isso não fazia mamãe feliz e, no início, impôs alguma resistência, mas como não tive o irmão que eles sempre esperaram, meu pai pôde se contentar com esse meu interesse, até aprender facilmente a entrar e sair do pântano sem problemas, conhecendo seus percalços.

Também não era fácil na escola, eram corriqueiras os convites aos meus pais à sala da diretoria. Não suporto meu nome, que era para ser somente Liese. Meu pai achou de querer chamar a atenção do responsável na hora de fazer meu registro, após ele perguntar como seria o nome da menina, falando “¡Mira! Liese”. Bem, o homem não sabia espanhol e achou que o nome era Miraliese. E assim ficou. Fui objeto de chacota na escola, mas isso não saiu por menos, quebrei algumas caras.

Tudo ia bem até que minha avó ficou muito doente em Porto Rico, eu tinha 18 anos. Meu pai resolveu visitá-la e me levou para conhecer a origem da minha família. Antes não tivesse ido. Era noite, fui até o cas que ficava em torno de 2 Km da casa de vovó. O local estava deserto, mas acostumada com o ambiente em que cresci, não vi problema nisso. Quando dei por mim, um rapaz me fitava. Quis puxar conversa, mas eu disse que precisava ir.

- Não tão depressa, ele disse. Segurando por meu braço.
Tentei me soltar, ele não deixou, segurando mais forte ainda.
- O que uma moça como você faz por aqui? Perguntou.
- Me solta, você está me machucando. Eu insistia, agora já fazendo força.

Ele me puxou para mais próximo e começou a lamber meu pescoço. Eu gritava, ofegante e empurrando seu peito com a mão livre. Foi quando ele segurou a outra e me derrubou próximo ao corrimão e ao fim do cas, onde o próximo passo seria o mar.

Alguns dizem que você sai do corpo quando é violentada. Mas eu não. Eu estava ali e senti como um ser humano pode ser desprezível. Eu lutava, mas não conseguia soltar as minhas mãos, ele tinha força para segurar meus pulsos com uma mão só. Foi quando juntei todas as minhas forças e concentrei minha energia em levantar meu tronco rapidamente. Esse movimento não foi suficiente para tirá-lo de cima de mim, nem fez com que ele retirasse seu membro do meu corpo antes intocado. Mas sim, fora suficiente para que liberasse uma das mãos, onde tive a chance de pegar um caco de vidro com a mão livre, proveniente de uma garrafa estilhaçada junto ao pé do corrimão.

Sem pensar, enfiei o material cortante em seu pescoço com toda a força que pude, cortando-o com um único golpe e depois retirei. Ele grunhiu. Agora tinha um peso morto em cima de mim, dentro de mim, que havia sujado meu corpo e minha alma. Empurrei seu corpo para o lado. Me encostei no corrimão de madeira e comecei a chorar. Não sei precisar quantos minutos fiquei ali até realizar o que tinha acontecido.

Decidi. Joguei o corpo dele ao mar e em seguida arremessei o caco o mais longe que pude.

Corri em direção a casa de vovó pela praia. Sentia o sangue escorrer por minhas pernas e pingar do meu vestido, estava banhada em sangue. O sangue da minha inocência escorria pelas minhas pernas, misturado com o dele. Entrei na água e comecei a me lavar, esfregava meu corpo com areia, como se isso pudesse limpar a desvirtuação da minha inocência. O vestido de branco, estava rubro.
Continuei, então, me lançando em uma corrida desenfreada para a casa de vovó.

Entrei na sala, estavam vovó e papai. Corri para ele e o abracei, molhando-o. Contei o que houve. Não havia o que dizer, mas o silêncio dizia tudo.

Colocou-me em um avião na manhã seguinte. Voltei a Nova Orleans. A distância não conseguia tirar da minha mente o que havia acontecido. Todos me perguntavam como tinha sido a viagem e o porquê do meu rápido retorno. Estava sempre sozinha e fugindo das pessoas, refugiava-me em passeios pelo pântano, como incontáveis vezes havia ido.

Na cidade, após quase um mês de poucas palavras, silêncio quase absoluto, descobri que estavam recrutando para a guerra do Afeganistão. Não pensei duas vezes. Alistei-me e não disse nada quando saí, apenas um bilhete informando.

5 anos depois voltei aos Estados Unidos, mas não para Novas Orleans, ainda não conseguia. Fiquei 3 anos trabalhando em Nova York como guarda-costas na empresa de um ex-combatente, foi quando comprei um apartamento simples.

A guerra é algo, em todos os sentidos, devastador. Não só para quem permaneceu com a alma incólume durante seus anos anteriores de vida, como para quem pareceu sofrer um trauma que seguiria por toda vida, como eu.

Não tinha uma história bonita de patriotismo para contar, apenas queria sobreviver a tudo que havia me acontecido, aprendi a ser forte, a parecer forte. Não sabia como seria meu retorno a Nova Orleans, fugia do encontro com a minha família. Até que tomei a decisão de voltar. Fui muito bem recebida por todos, mas não era mais a mesma, sempre sem muitas palavras.

Descobri que o Sr.Ford havia falecido em um trágico acidente de carro. Em meu retorno, olhei papai nos olhos, dei-lhe um abraço e fui ao meu quarto que ainda estava lá. Vi, diante de tudo, que não teria condições para ficar ali.

Lembrei-me da velha cabana do Sr. Ford, construída em palafitas, no pântano, utilizada, à época, como ponto de apoio de suas caçadas. Fui até a senhora Ford e pedi autorização para utilizá-la como minha moradia. Ela não se importou.

Foi o que fiz, dia após dia, tratei de deixá-la habitável com a ajuda de meu pai, a maior parte do material, levamos com um barco que é por mim utilizado. Foi duro, mas consegui. Ao contrário do que diziam, não me parecia ser o lugar mais temível do mundo, apenas o único lugar onde parecia existir um pouco daquela Liese que outrora fui, a inocência em minhas risadas muitas vezes ecoadas naquelas árvores e raízes elevadas. Ali, parecia, finalmente, em casa.

O trabalho desta noite, comparado aos que já realizara, não era dos mais complexos, observar a segurança da área em torno do evento, uma vez que havia muita gente importante no jantar da Vestrue Co.. Tudo estava muito tranqüilo, apesar disso, estava armada com minhas pistolas preferidas, rádio de comunicação e o crachá de identificação.

De repente, avistei o Sr. Freeman acompanhado de um rapaz.

Poderia ser algo muito natural se não se tratasse de quem era. Ora, de fato era muito estranho o anfitrião saindo a pé e por ruas tão desertas acompanhado de um rapaz sem blusa e descalço. Passei a situação pelo rádio a outro vigilante, a fim que se dirigisse ao local para apoio.

Ele informou que demoraria um pouco, pois estava no andar superior em revista.

Enquanto iam caminhando, aproximei-me tentando não chamar atenção e ouvir o que falavam a fim de averiguar.

==============================
OFF do Mestre de Jogo
Miraliese solicitou um teste para permanecer furtiva.

12Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Seg Mar 19, 2012 11:49 am

Mestre de Jogo

Mestre de Jogo
Admin

RESULTADO DA AÇÃO FURTIVA DE MIRALIESE:



Sucesso no teste de Furtividade [v. jogada AQUI].



Miraliese avista Henry Freeman e decide seguí-lo de modo a se certificar de que ele não tenha se envolvido em problemas. Seus passos são sincronizados com os da dupla, e a conversa que eles mantinham, bem como a fumaça branca que saía dos bueiros, ajuda a ocultar a sua presença. Ela conseguiu ouvir o seguinte trecho da conversa (apenas palavras de Henry):

"- ...o Xerife da cidade. Um Nosferatu com mais força e perseverança do que feiúra. – Henry olha para trás, na direção do homem sem camisa que o acompanhava, dando um susto na guarda-costa – Engraçado você se meter nessa sem saber de quase nada. – sorri parecendo irônico – Fique atento e se concentre no caminho."


A ação está liberada no tópico. Miraliese deverá esperar que todos os outros envolvidos façam suas postagens.

https://nola.forumeiros.com

13Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Sex Mar 23, 2012 1:08 am

Edgard von Astorff

Edgard von Astorff
Ancião

[Continuação de Mansão Longue Vue]



- Mess...tre... – Um de seus pequenos filhotes disse, com a solenidade habitual. Os olhos, pequenos e lacrimejantes, pareciam brilhar apenas ao vê-lo, e o Xerife retribuiu àquela bela demonstração com uma suave palmada no rosto semi-decomposto do jovem Rato. – Resss...cebeu o recado, ess..pero.

Acenou positivamente com a cabeça, tendo então a certeza sobre sua suposição anterior. Apenas um ser estúpido como Orlff seria inútil o suficiente para passar um recado daquela importância à Harpia e o Xerife se perguntou como conseguira ficar surpreso com tal fato. Era até esperado.

- O que eu lhe falei sobre recados, Orlff? – Questionou, cruelmente, fitando o cainita com visível desprezo. – O que eu lhe falei sobre recados em mãos erradas?

Percebeu, com prazer, que o jovem começou a tremer, se encolhendo diante da ferocidade de seu olhar.

- Eu... Orlff não queria fasss...zer mal! Orlff esss..tava desess...perado, o recado tinha que chegar ao Messs...tre!

O gaguejar patético foi o estopim para a perda de sua paciência. Suas ordens sempre foram claras e diretas, e o imprestável havia simplesmente as desobedecido. Recados jamais deveriam ser entregues a qualquer um fora da ninhada, ninguém poderia ter acesso às informações. O que os fortalecia era exatamente esse monopólio.

- Por sua causa, eu fui humilhado diante da Senescal. Pela maldita Harpia!

Sua voz já se encontrava elevada naquele estágio e sua face contorcida de fúria. Orlff soltava gemidos repugnantes, e os outros Ratos se aproximavam para testemunhar a cena. Nenhum ousou dizer qualquer palavra em defesa do irmão, ou mesmo manifestar qualquer tipo de emoção, algo que o Xerife aprovou imediatamente. No entanto, era uma pena. Seu ódio seria descontado apenas em Orlff.

O primeiro soco atingiu o jovem Nosferatu no estômago, fazendo-o se dobrar e arfar, a saliva esverdeada e podre escorrendo pelo canto de seus lábios rasgados. Tapas fortes na cabeça desprovida de cabelos seguiram, fazendo com que o mais novo caísse de joelhos e se encolhesse, em busca de proteção. Infelizmente, porém, foi obrigado a parar com o castigo; queria ter tempo de espanca-lo como merecia, mas a caçada lhe esperava. E Henry Freeman teria um sério problema quando o encontrasse.

- Traga-me o terno. – Ordenou ao filhote mais próximo, que correu para atende-lo. – E tire essa coisa patética da minha frente.

Os outros membros da ninhada arrastaram Orlff para os interiores do esgoto, enquanto os gemidos e choros por perdão podiam ser ouvidos. Simplesmente patético.

A roupa exigida lhe foi entregue em poucos minutos e o Xerife a vestiu cerimoniosamente. Era algo que gostava, que o fazia se lembrar de quem era e de quem um dia havia sido. Era algo que fazia com que o antigo Edgard von Astorff retornasse com toda a naturalidade, para qualquer observador que passasse os olhos por sua figura*. Sabia que tal cerimonia não era necessária, mas mesmo assim se apegara ao sentimento de superioridade por estar novamente vestido de acordo com sua posição.

Deixou o esconderijo com as coordenadas exatas de onde Henry Freeman e seu novo cão de estimação estavam. Os Ratos tudo viam, tudo sabiam, inclusive da presença humana próxima ao local. Teria de ser cauteloso, mas isso não seria problema algum.

O esgoto era um lugar realmente engenhoso. Os humanos sequer tinham ideia da vastidão de sua construção, e isso era de extrema utilidade para os de seu sangue. Locomovia-se sem ser visto ou ouvido, sem que sua presença fosse sequer imaginada, por debaixo de tudo o que era vivo e morto. Avançava por ruas e avenidas sem precisar nem ao menos atravessá-las.

O bueiro mais próximo, porém, isolado o suficiente, do Centro Empresarial foi sua saída para a superfície. Não precisou andar muito para avistar a humana de que fora avisado, bisbilhotando enquanto o Ventrue e um Gangrel seminu discutiam, sem sequer percebe-la. Patéticos, inúteis, ignóbeis. Qualquer quebra de Máscara seria punida com a Morte Final, e se a Senescal tivesse um problema com isso, teria de lidar sozinha.

Aproximou-se da mulher e tocou-lhe o ombro suavemente, sorrindo em sua direção e sabendo que ela veria apenas a aparência de Edgard, não do Xerife, o Rato.

- É um pouco tarde para uma senhorita circular sozinha por uma área tão deserta, não concorda? – Questionou, soando debochado em sua tentativa de ser educado.

Puxou a mulher até os dois vampiros, deixando que eles tomassem ciência de sua presença, apesar de não reconhecerem seu rosto ou de quem se tratava.

- Senhor Freeman, fui mandado para busca-lo. Essa bela senhorita estava aos arredores, fico admirado que seu guarda-costas não tenha notado. – Saudou a ambos, seu olhar frio pousando-se no Ventrue fixamente em aviso claro.

Não faria nada com relação a mulher por enquanto. Ela poderia ser uma peça importante para que seu plano funcionasse de acordo com os conformes.

A caçada já havia se iniciado e aqueles dois seres inferiores jamais seriam o suficiente para que o Xerife da Camarilla fosse derrotado.

*Se trata de A Máscara das Mil Faces, da Disciplina Ofuscação. A aparência pretendida é imaginada, não sendo reflexo de algum personagem existente ou que o Vampiro tenha visto e se inspirado para tal. O jogador se encontra disposto a fazer qualquer teste necessário para seu uso.

14Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Sex Mar 23, 2012 1:51 am

Mestre de Jogo

Mestre de Jogo
Admin

USO DA DISCIPLINA "OFUSCAÇÃO: MÁSCARA DAS MIL FACES" DO NOSFERATU (JOGADA FEITA AQUI).


Edgard von Astorff conseguiu 2 sucessos em seu teste.


"O Nosferatu conseguiu impor uma aparência com proporções similares às suas, com um rosto 'comum', bem distante do horror de sua verdadeira face. No entanto, sua voz continua a mesma, estando sujeita ao reconhecimento por parte de Henry Freeman (Liam é recém chegado e sequer havia ouvido falar sobre O Xerife)."


Aproveitando a deixa...


"Miraliese Fuentes foi carregada pelos braços dotados de Potência do homem que surgiu à sua frente. É inútil qualquer tentativa de escapar (a não ser que ela arranque o próprio braço). Ela deverá aguardar pelas postagens de Henry e de Liam, não nessa ordem exatamente, antes de fazer a sua própria."


Dúvidas? MP!

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15Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Sáb Mar 24, 2012 4:40 am

Liam Maverick

Liam Maverick
Ancillae

TRECHOS EM ITÁLICO POR 'HENRY FREEMAN'
*trecho feito com autorização de 'Edgard von Astorff'



Apertei meus olhos em concentração, enquanto repassava mentalmente todos os momentos em que tive um encontro com um Nosferatu em minha existência. Não haviam sido muitos, na verdade, apenas dois feiosos cruzaram o meu caminho. O primeiro achei seguindo seu cheiro de fossa até uma ponte semi-destruída. Eu era novo naquela cidade e precisava saber onde diabos encontrar os Brujah de lá. Isso há muito tempo atrás, antes de existir energia elétrica e outros meios de comunicação modernos que facilitam a vida de todo mundo hoje em dia. Já o segundo, não passou de uma rápida troca de olhares desconfiados, quando o vi nos campos de uma fazenda que eu frequentava, andando todo torto como se uma das pernas estivesse pendurada do lado do corpo. O que um Nosferatu fazia ali, eu jamais saberia.

E agora, estava perto de ter um encontro com o terceiro. Meu ânimo para cair na porrada murchou um pouquinho. Colocar a boca em um Nosferatu, mesmo que fosse para rasgar as tripas dele, não me soava apetitoso. Principalmente se o cainita em questão era tão poderoso assim, como Henryzinho dizia. Se bem que pra ele, até uma virgem neófita ia soar perigoso em dada situação. Eu podia sentir, não só pelo cheiro como também pelo modo de se comportar do Ventrue, que ele vinha de uma geração superior à minha. Mas aquilo não me intimidava, na real. Não quando havia tanto medo nele, à ponto de deixar que eu andasse na sua frente, para ser atingido primeiro pelo que diabos fosse nos atingir.

- Engraçado também é como você pode ser idiota de expôr o próprio focinho pra meia cidade assim... - respondi erguendo uma sobrancelha e olhando-o com o canto dos olhos por cima do ombro. Não queria deixar tão óbvio que me incomodava ter sido praticamente persuadido à vir me foder gratuitamente. - Não se preocupe com a minha eficácia, se os seus superiores de clã me escolheram pra esse serviço de merda, é porque eu sou bom nisso. Ou você vai se atrever a questionar a decisão deles? - perguntei dando outra olhadela para ele, enquanto levava minha mão até meu cabelo e aliviava um ataque de coceira esfregando meus dedos com força no couro cabeludo. Maldito gel.

- Sugiro uma ação sua aqui que seja tão eficaz quanto sua confiança. E pare de me olhar, vá prestar atenção em nossa volta. – Henry ajeita seu traje e lança uma olhada no ambiente ao redor.

De repente, passos ecoaram na rua escura e esfumaçada, me fazendo imediatamente ficar alerta e me virar em direção ao ruído com um único pulo. Os pêlos dos meus braços e da minha nuca se eriçaram instintivamente, como um gato que toma um susto e fica com a cauda espetada. Então surgiram entre a névoa artificial, um homem alto relativamente bem vestido, e uma mulher com cara de invocada, que pude notar estar sendo arrastada pelo braço de forma muito similar ao jeito que arrastei o Ventruezinho.

- Senhor Freeman, fui mandado para buscá-lo. Essa bela senhorita estava aos arredores, fico admirado que seu guarda-costas não tenha notado.

O cinismo no tom de voz dele me deixou desconfiado e ao mesmo tempo irritado com o que insinuava. Olhei para a mulher por alguns segundos a mais, concluindo que pela sua roupa de segurança, ela devia ter nos seguido por achar muito suspeita a saída brusca do empresariozinho pelos fundos. Mas no geral, não parecia uma ameaça digna de atenção. Preocupante era o cainita. Sim, porque para saber qual exatamente era a minha função, aquele homem só poderia ser um de nós. Talvez Henry estivesse certo sobre termos continuado dentro do prédio. Mas só talvez. Olhei então para ele, esperando que confirmasse se conhecia-o ou não. Eu estaria fazendo um puta papel de otário caso os Ventrue tivessem mudado de idéia e mandado outra pessoa para assumir o meu lugar.

Reconheceu a voz mesmo sem ter se virado naquela direção. Os dois participaram de mais de uma reunião entre os Ventrue e a Camarilla quando os primeiros ofereceram ajuda pós-Katrina, e nada vindo de Edgard poderia ser facilmente esquecido. Henry cruza o olhar com Liam – era a confirmação que este precisava - e gira nos calcanhares, dando de cara com um Nosferatu disfarçado de Ventrue com uma humana a tiracolo.

- Olá, Edgard. – sorri gentilmente, colocando as mãos nos bolsos – É sempre um prazer revê-lo, pena que ainda em lados opostos.

O Nosferatu solta a humana depois de deixá-la bem a vista de todos. Estava deixando claro com todas as suas ações que a Máscara deveria ser protegida, e de certa forma prejudicava Henry e Liam com isso.*

- Eu acho que vou ter que desapontá-lo, Rato. São três contra um. – faz um gesto com a cabeça para Miraliese, pedindo que ela ficasse atenta para um possível combate; então Henry dá um passo para trás, colocando-se ao lado de Liam, e torna a falar com o Nosferatu – O melhor que você tem a fazer é recuar um passo agora para poder dar dois adiante. É de conhecimento geral que a estrutura atual da cidade está decaída, delirante, quase não consegue sustentar a si mesmo, quanto mais uma cidade inteira. Posso lhe garantir que não era nossa intenção todo esse conflito. Desde o início oferecemos ajuda, sem reivindicar poder algum. Você pode ter raiva de mim, mas é inteligente o suficiente para saber que o que eu falo é a verdade, assim como também deve saber que a louca vale ainda menos do que eu. – estica o braço lateralmente, impedindo que Liam iniciasse o combate – Vamos, Edgard... Deixe-nos seguir nosso caminho essa noite. Você tem a minha palavra de que poderemos sentar e conversar amanhã ou um outro dia qualquer e acertar as arestas de sua nova escolha. Com certeza um talento como o seu receberia o devido reconhecimento dos Ventrue. Ou melhor... – olha para a humana e depois para Edgard - ... da Vestrue. O que me diz?

É claro que o Nosferatu não ia surgir caindo aos pedaços diante de nós, como fui estúpido de, por um momento, pensar o contrário. Ao receber o olhar tenso do Ventrue e ouví-lo cumprimentar o Xerife, senti meus pêlos novamente se arrepiarem, causando um estremecer pelo meu corpo que contraiu automaticamente os músculos do meu tronco, desde os punhos até o pescoço. Meu impulso era o de pular na cabeça de Edgard; quanto mais cedo começássemos, mais cedo eu poderia ir embora. Mas eu não podia atropelar a chance de que Henry, com seu típico discursinho de político, resolvesse a parada de modo menos sanguinolento. Merecia meus parabéns pela tentativa. Sentia meu peito vibrar como se minha besta interna estivesse rosnando, enquanto encarava o Ratão. Se ele não quisesse resolver aquilo na conversa, eu estaria preparado para reagir. Lancei os olhos brevemente à humana que nos assistia e levei minhas mãos para trás, escondendo-as da vista dela enquanto minhas garras começavam rasgar a ponta de meus dedos para crescerem.

O braço de Henry está pronto para sair da frente do Gangrel assim que perceber que a merda explodiu.

16Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Sáb Mar 24, 2012 6:54 pm

Mestre de Jogo

Mestre de Jogo
Admin

RODADA DE INICIATIVA


Os jogadores deverão testar suas iniciativas AQUI.


1. Nenhum outro personagem está autorizado a entrar nesta interação (ao menos por enquanto).

2. A ordem permanecerá a mesma depois da primeira rodada.

3. O primeiro a agir deverá fazê-lo no tópico onde acontecem as rolagens. A ação deverá ser um breve resumo, de no máximo 5 linhas, expondo e descrevendo de forma objetiva a ação tomada.

4. A ação deverá caber em um turno de 'combate'. Qualquer coisa descrita que exceda os limites do bom-senso será podada pela Administração.

5. Devido à simplicidade deste ato, O PRAZO DADO A CADA PERSONAGEM/JOGADOR É DE 2 DIAS APENAS, contado a partir do início de sua vez de rolar dados/descrever em no máximo 5 linhas/tomar uma ação. Queremos com isso agilizar algo que nem em RPG's de mesa é rápido, que são os testes.


Henry Freeman, Miraliese Fuentes, Liam Maverick e Edgard von Astorff, vocês já podem rolar suas iniciativas. Boa sorte a todos.

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17Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Qua Abr 04, 2012 10:49 pm

Edgard von Astorff

Edgard von Astorff
Ancião

O riso que reverberou pelo peito morto, ecoando friamente por aquela noite tão especial para si, demonstrava tudo o que sentia depois de ouvir tal discurso patético. Henry conseguia arrancar de si tanto desprezo e deboche que chegava a ser quase doloroso movimentar músculos há tanto parados.

- Senhor Freeman, eu creio que suas palavras foram um pouco equivocadas. O melhor que eu posso fazer agora é o pior para você e suas débeis maquinações. Pouco me importa a estrutura atual da cidade, ou a sua intenção. Menos ainda me importa o quanto a Senescal vale. Nada disso é do meu interesse. – Declarou, seus olhos azuis, gélidos e cruéis, se focaram diretamente no rosto delicado do Ventrue, enquanto seus passos o aproximavam lentamente de sua presa. – O que me importa, Freeman, é o que você fez.

Observava os dois outros presentes com o canto dos olhos, mantendo-se alerta para qualquer tipo de situação que pudesse ocorrer em seu desfavor. A tentativa de Henry em intimidá-lo com um ancillae estúpido e uma humana inútil só serviram para que pudesse ver o quão indefeso aquele representante do clã dos Aristocratas era, algo que o fizera refletir em quanto eles haviam decaído. Ou no que estariam escondendo.

Um minúsculo sorriso que voltava a repuxar seus ressecados lábios mas que, por seu disfarce, não podia ser visto pelos outros, se fez presente em sua expressão de puro nojo. Talvez aquele encontro fosse mais propício que tivesse imaginado anteriormente e tinha toda a intenção de desgastá-lo o máximo que lhe fosse permitido.

- Freeman, o ‘homem livre’. Curioso um sobrenome desses para alguém tão jovem. Uma tentativa esdrúxula de afirmar sua posição ou desesperada de esconder o que o move? É o que me pergunto. – Discursou, cruzando os braços diante de si em total despreocupação. Estava preparado caso algo ocorresse, mas seu desprezo pelos participantes daquele embate se fazia plenamente evidente. Era como se emanasse por seus poros semidecompostos, como o cheiro desagradável que o impregnava. – A verdade é que esse sobrenome pode se tornar obsoleto dentro de alguns instantes. E aí sim, poderá dizer à Senescal o que pensa sobre sua sanidade mental e seu valor como líder.

Suas palavras foram ditas como se envolvidas por veludo, com uma delicadeza e suavidade que sequer pareciam anteceder a tempestade vindoura. Para quem conhecia a sua fama, aquele era o alerta final, a última chance para que qualquer argumento fosse proferido em defesa própria.

Era a emersão d’O Xerife, a face mais cruel de Edgard von Astorff.

- Você rompeu uma lei senhor Freeman, e sabe exatamente o motivo de eu estar aqui. Você tem a opção de vir pacificamente ou de sofrer as consequências por seus atos estúpidos e infantis.

A opção fora dada, como lhe mandava o protocolo, mas já conhecia a resposta. Era como todas as que recebera anteriormente, o que não lhe deixava alternativas.

~- Você o chama de patético, Edgard, mas é muito mais do que ele. Muito mais, eu bem sei...~

A voz o deixou rígido, fazendo com que sua expressão se fechasse imediatamente. Não era hora daquilo ocorrer, o momento não era propício, e a ignoraria enquanto se prestava a fazer seu trabalho. Maldita fosse aquela mulher.

18Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Qua Abr 11, 2012 1:57 pm

Liam Maverick

Liam Maverick
Ancillae

Pronto. Agora sim eu poderia dizer que estava ficando furioso. Aquele Ratão era mais nojento do que tinha imaginado. Não pela sua aparência, claro, disfarçado de engomadinho daquele jeito dava até para enganar uma multidão de cainitas. Mas era o modo arrogante com que se portava diante de nós, franzindo o nariz falso feito um camundongo, que me queimava as tripas de vontade de arrancar o tal disfarce na porrada. Toda aquela pose de poderosão só me fazia imaginar que Edgard tinha um enorme complexo de inferioridade, como todos os Nosferatus. Ficam se achando melhores que os outros cainitas porque são pelotas ambulantes de sujeira, e por causa disso precisam compensar sendo mais inteligentes. Ou melhor, achando que são mais inteligentes. Se aquele projeto de praga fosse de fato inteligente, saberia que os Ventrue tinham razão, por mais absurda que fosse a prática do plano deles.

E tinha também a sua risada. Argh, a risada. Minhas pupilas se estreitaram por alguns milésimos e meus ouvidos latejaram incômodos ao som dela. Causava em mim o mesmo efeito que trovões e rojões causam nos cães. A típica mistura de medo com um sentimento alarmante. Não que eu estivesse com medo. Só não era burro de acreditar que seria fácil nos livrarmos daquele estorvo. Daqueles estorvos. A mulher ainda estava ali, garantindo que fôssemos bonzinhos não quebrando a Máscara, e saíssemos com o Ratão feito ovelhas mansas. Pff, ilusão. Minhas garras completamente expostas estavam ansiosas para rasgá-lo, mas não podia usá-las na frente da mulher.

Foi então que lembrei, com um estalo na mente. Apalpei meus bolsos traseiros e tirei deles um par de luvas de couro, com as pontas dos dedos cortadas. Sempre as levava comigo para emergências desse tipo, onde alguém me mataria caso eu quebrasse a Máscara. Vesti ainda escondendo as mãos por trás do corpo, tomando cuidado para não destruir o tecido no processo. Com elas eu parecia usar apenas uma espécie de acessório de briga feito por alguma gangue fã do Freddy Krueger. Se Edgard decidisse deixar a politicagem de lado, Henry iria entender porque mandaram um "simples" Ancillae para protegê-lo.

Ao final do discursinho hipócrita dele, percebi que já rosnava audivelmente e havia avançado pelo menos uns três passos, pois o braço do Ventrue se encontrava pressionado contra meu abdômen, tentando me impedir de continuar. Fechei a boca ocultando meus dentes à pouco arreganhados, e me afastei alguns centímetros. Precisava me manter calmo para não sair atacando o Ratão feito um louco. O desgraçado era mais forte do que eu, não tinha como ignorar tal fato. Ergui um pouco o rosto, mantendo os olhos fixos nele, e farejei-o. Era bem útil para perceber seu grau elevado de poder e me manter mais... Pacífico. Minhas companhias do passado não haviam feito muito bem pra mim. Posso até dizer que tinham piorado esse meu pequeno defeito explosivo. Depois os outros clãs não sabem porque Gangrel prefere viver sozinho. Aí estava a melhor prova de como cainitas demais reunidos no mesmo lugar não prestava.

- 'Tá bom homem-da-lei... - decidi me pronunciar primeiro que Henry. Não estava em condições de ficar perdendo meu tempo ali tentando barganhar liberdade com um maluco que obviamente não surgira para ouvir nossos argumentos - Já deu seu recadinho. - de modo mais discreto possível, usei minha garra do dedo médio para dar uma coçadinha leve na cabeça, ao mesmo tempo fazendo o típico gesto ofensivo para o Ratão - Agora vê se nos faz o favor de voltar pro inferno de onde você saiu, porque ninguém aqui vai contigo pra lugar nenhum.

Não foram passadas à mim instruções específicas sobre como proceder no caso dos Frescos serem rápidos e mandarem o Xerife ainda na mesma noite atrás de nós. Então tomei a liberdade de agir como achei mais razoável. Segurei mais uma vez no braço do Ventruezinho e puxei-o para trás, na intenção de trazê-lo comigo na hora em que eu fosse virar as costas e largar o Nosferatu falando sozinho. Tomei pouco cuidado com as garras. Ele meio que merecia uns arranhões para largar a mão de achar que éramos amigos só porque estávamos, de certo modo, do mesmo lado. Mas não saí andando de imediato. Alguma coisa fez a expressão facial do Nosferatu mudar drasticamente, o que me deixou tanto alarmado quanto curioso. Agucei os meus sentidos e dei uma rápida olhada ao redor, sem soltar Henry, tentando captar a aproximação de alguém. Nada. Ele devia ter se contaminado com a loucura da Senescal que falavam. Eu já desconfiava mesmo.

19Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Qua Abr 11, 2012 4:50 pm

Henry Freeman

Henry Freeman
Ancillae

A polidez do discurso de Henry não conseguiu amolecer o coração podre de Edgard. Nem mesmo as verdades ditas sobre a condição da Seita e de sua líder abriram os olhos do Xerife para o óbvio. É impensável que a Primigênie esteja de fato apoiando a Louca em seu reinado, reinado este que certamente entrará nos anais da história cainita como um dos mais bizarros já documentados. Além do mais, os Ventrue podem ser odiados por muitos, mas são inquestionavelmente os governantes de direito da Camarilla. Freeman adora incluir um paralelo em seus argumentos quando debate política com outros Membros: os Estados Unidos e sua influência global. Ora, não há país mais odiado e antipático no mundo; no entanto, retire eles do mapa da política mundial por um mísero dia e veja todo o sistema ruir em desgraça. Ele só não complementa seus argumentos com a célebre frase “é um mal necessário” porque os Ventrue não são maus de fato. O balanço que trazem à política é obtido de forma pacífica, sem disparar um Tomahawk que seja.

Superada a questão, Edgard e sua cabeça-dura poderiam ser entendidos de uma outra forma. Seria então o Xerife um estrito seguidor das Tradições cainitas, por mais inconvenientes e burocráticas que vez ou outra possam parecer. Sim, é irônico um Ventrue ter esse ponto de vista, mas Henry e “seu superior” entendem que liderança é mais do que seguir uma cartilha pré-fabricada. Seria exigido um novo modo de tratar com Edgard, o mantedor de tradições.

A esquisitice do Rato ao término de seu discurso não passou despercebida nem por Henry e nem por Liam. Este último, por sinal, tem se saído muito bem até agora, superando todas as – baixas – expectativas que o CEO da Vestrue mantinha sobre ele. Ao invés de jogar tudo para o alto em troca de um engalfinhamento inútil contra o Xerife, o Gangrel tem usado a cabeça e a paciência, permanecendo ativo apenas em modo sociável. Estava na hora de cooperar com ele e abreviar aquele encontro antes que os elogios virassem críticas. Mas talvez Henry tenha pensado isso tarde demais. Liam o puxou para trás, arranhando seu braço no processo. Os pequeníssimos cortes tornar-se-ão cicatrizes graças às garras afiadas do Selvagem.

- Basta! – Freeman grita atraindo a atenção dos dois cainitas que pareciam um tanto dispersos à discussão por conta de algo a observarem nos arredores – É correção que você deseja, Edgard? Então é isso que você terá. – passa Liam para trás com indelicadeza e caminha firmemente até o Xerife; Henry parecia sério e determinado como nunca – Seguirei pacificamente contigo desde que nosso destino seja a Longue Vue e sua governante. Vamos esclarecer as coisas de uma vez por outra. Há muitas verdades a serem ditas, muitos mistérios a serem desvendados. Não concorda... Xerife? – as bochechas de Henry se dobram em um sorriso dirigido ao Rato – A não ser que entenda que este é o lugar e o momento apropriado para “debater mais veementemente” esse assunto.

Alguém ali iria se danar, e com certeza não seria Henry. As opções possíveis incluem uma visita pacífica à Longue Vue – para que o Ventrue distribua segredos à torto e à direito, possivelmente destruindo todas as relações da Camarilla* – e um embate mortal entre um Gangrel, um Nosferatu e uma humana. Ou será que Edgard conseguirá lutar sendo assombrado* e Liam ousará desobedecer as ordens expressas de sua senhora* para proteger Freeman com a sua própria ‘vida’?



Segredos, para o quê os quero.



____________________________
* A serem desvendados/explicados com o desenvolvimento da trama.


20Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Dom Abr 15, 2012 1:16 am

Miraliese Fuentes

Miraliese Fuentes

Meus primeiros instintos são quase sempre de desconfiança. Não me atrapalha em minhas atuais atividades. Em minha pouca existência já vivenciei muitas coisas que fariam qualquer pessoa sentir vontade de vomitar, talvez considerasse como alguém enfiando um dedo em uma ferida aberta e arrancando das entranhas toda dor de uma existência.

De fato, na atual conjuntura, não esperava nada de diferente naquela noite, tão tranquila, diante de tantos estados de alerta que passei. Contudo, não me era esperado avistar o Sr. Freeman saindo pelas portas dos fundos com um rapaz tão sui generis. Tentei ser o mais discreta possível, a fim de averiguar do que se tratava. Logo não me pareceu tão preocupante, ele ria e parecia um tanto quanto entusiasmado, como se a adrenalina decorrente de uma expectativa corresse em suas veias.

Por óbvio não realizei o teor da conversa, o que queria dizer por Xerife Nosferatu e não se saber onde está se metendo estavam longe da minha compreensão, poderiam estar metidos em qualquer situação, pareceu tão duplo o sentido que decidi por permanecer oculta, usando um pouco de minhas habilidades para isso, focando naqueles dois, já que nada parecia acontecer além daquilo.

Isso fez com que me descuidasse com os fatos ao meu redor e não pude perceber a aproximação que viria.

De repente, foi como se houvesse prendido o braço em algum lugar.
Em resposta ao homem que me segurava, minha primeira reação foi puxar o braço e quase o ataquei, quando me ocorreu que não estava em uma guerra e ele estava muito bem trajado, parecia não ser uma ameaça real, então, tentei ser cautelosa, ainda que não conseguisse exatamente entender sua intenção:

- Senhor, estou trabalhando no eventooo...

Começou a me arrastar e minhas palavras agora pareciam truncadas enquanto falava e tentava soltar meu braço.

- Acho melhor para o senhor me soltar se não quiser encrenca.

Apertava as palavras em minha boca, agora.

Meu braço já incomodava, queimando, quando ele me soltou e começou um diálogo, para minha surpresa com os objetos de minha observação. Diante de tal situação esperei, o Sr. Henry demonstrou certas preocupações, especialmente na hora em que me deu a entender para ficar alerta. Mas que diabos! O que estaria acontecendo? Parecia uma espécie de sequestro e por algum motivo, o Sr. Freeman estava tentando convencer seu “raptor” a mudar de ideia. Quem já viu isso? Permitir que se vá? Isso de fato estaria longe de cogitação, a hora é essa, ele está em completa desvantagem, deixá-lo ir seria permitir que voltasse com reforços e com um plano mais elaborado, pensei. Afinal, o que passou pela cabeça daquele homem tentar raptar um homem tão importante como Henry Freeman sozinho e, em minha rápida análise, desarmado? Não observei comparsas ou algo do tipo, ao redor.

Além disso, não pretendia deixá-lo impune, meu braço ainda estava dolorido.

O clima parecia estar esquentando, as acusações se mantinham e apesar do Sr. Freeman expressar em palavras seu interesse em seguir com o homem, seu guarda-costas, agora eu sabia, já havia confirmado o alerta antes me dado, ele de modo algum sairia dali, até pude, incredulamente, observar o homem rosnar.

- Bem, Sr. Edgard, não é? Como o senhor mesmo disse, trata-se de um homem livre e não vai a lugar algum, se ele infringiu alguma lei, nada mais oportuno que avisemos a polícia, não é mesmo?

Saco minha arma, agora já pronta para uso, e aponto para Edgard.
Sem tirar os olhos dele, pego o comunicador com a outra mão.

- Onde você está, Carlos? Alerte a polícia e aos outros, pássaro dourado em código vermelho. Mande reforços, estamos na Quadra B1. Guardo o comunicador.

- É melhor não testar minha paciência.

Dividimos a área em torno do evento em quadras e códigos para facilitar a comunicação e melhor atendimento de emergências, logo o local estaria cheio.

21Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Ter Abr 24, 2012 1:09 am

Edgard von Astorff

Edgard von Astorff
Ancião

~Eles zombam de você porque você é patético. Todos riem pelas suas costas, todos sentem nojo de você.~

A voz ecoou por sua cabeça novamente, fazendo-o cerrar os punhos em resposta. Ignorar a fúria que o consumia a cada palavra era algo que exigia muito esforço de si, mas estava acostumado o suficiente com a situação para saber como lidar com ela. Era apenas um empecilho em seu caminho, mas nada que o impedisse de fazer absolutamente nada.

Ouviu as palavras irreverentes e atitude infantil do Gangrel com indiferença e ar de deboche, ignorando-o solenemente sem lhe dispensar sequer um mísero olhar. Aquele animal não era digno de sua atenção, por isso, não a desperdiçou. Seu foco estava inteiro no Ventrue e na contradição que impusera à afirmação de seu guarda-costas sobre não ir a lugar algum.

Palavras de Ventrue, geralmente, são como veneno espalhado em água. Poucos são inteligentes o suficiente para captarem as suaves nuances que a substância provocava no líquido, o quase imperceptível odor adocicado de morte que permeava pelas entranhas de moléculas e átomos. Um bom Ventrue tinha esse poder, o de corromper e convencer, como um veneno que rasga as entranhas, mas Henry Freeman não era um deles.

Seu amadorismo era claro em sua declaração. Ele insinuava cartas na manga, praticamente as esfregava na cada d’O Xerife, fazendo com que o ancião sentisse vontade de novamente gargalhar em deboche. Freeman era jovem demais para jogar um jogo tão perigoso. Ele não sabia com que estava lidando, nem muito menos onde estava se metendo. Era apenas uma criança em frente a um tabuleiro de xadrez, um pequeno peão facilmente descartável.

- Não tenho absolutamente nada para tratar com você aqui, Freeman. Espero que sua insensatez não seja o suficiente para que não veja isso.
– Declarou, ácido, pendendo a cabeça levemente em direção a humana que os observava. – Se deseja ir comigo, tomou a decisão correta. Mistérios ou não, isso pode ser resolvido no lugar certo.

A noite estava coberta de surpresas desagradáveis. Aquela mulher era, em sua totalidade, uma delas. Sem ser convocada, mais uma vez ela resolveu se intrometer em uma situação que não lhe dizia respeito, deixando Edgard absurdamente irritado.

Sequer refletiu por mais de um segundo quando se virou em direção à humana, olhando-a com desprezo evidente. O objeto metálico que ela empunhava, tão segura de si com suas palavras arrogantes, fez com que sua pouca paciência se esgotasse. O Xerife avançou em direção a ela e, com uma rapidez que facilmente impressionava os fracos olhos humanos, arrancou a arma de sua mão sem qualquer cerimônia, jogando-a no chão e a pisoteando com força o suficiente para esmagar o ferro.

- Não teste você a minha paciência, coisa patética. – Grunhiu, levando uma de suas mãos até o pescoço dela e o segurando firmemente.

~Maltratar os mais fracos te excita, não é, Edgard?~

A voz voltou a atormentando, seguida pela gargalhada que ecoava por sua mente como um ferro em brasas, tirando-o de si com tal força que seus dedos acabaram por apertar ainda mais o pescoço da humana.

Virou o rosto, transtornado pela fúria, em direção ao Ventrue, deixando que ele percebesse a gravidade da situação.

- Você cometeu um erro estúpido, Freeman. Sua inexperiência e arrogância foram o suficiente para que revelasse demais diante de ouvidos errados. Eu espero que você resolva isso, ou essa mulher estúpida vai pagar pelos seus erros.
– Sibilou, sua expressão demonstrando cada uma das sensações que o atingiam.

Freeman revelara sua futura localização, assim como o fato de o Longue Vue ter uma governante, sendo ela quem dava as ordens a Edgard. Aquela humana desprezível já havia alertado a seus parceiros sobre a localização atual então, se saísse daquele encontro com alguma memória ou vida, não tardaria para que o Longue Vue se tornasse um formigueiro de humanos inúteis tentando fazer alguma diferença e resgatar o rico CEO da Vestrue.

Sempre soubera que Henry Freeman era um ser ignóbil, mas depois daquela noite, o Xerife tinha a certeza de que, se a oportunidade lhe fosse dada, teria um enorme prazer em eliminá-lo e acabar com sua patética existência.

22Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Seg maio 14, 2012 8:40 am

Mestre de Jogo

Mestre de Jogo
Admin

AÇÕES LIBERADAS



Testes resolvidos AQUI. Todos estão liberados para postar neste tópico novamente.

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23Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Qui maio 24, 2012 12:38 pm

Henry Freeman

Henry Freeman
Ancillae

Há batalhas que não podem ser vencidas; tudo o que pode ser feito é amenizar as perdas.

Batalhar com palavras em punho contra o teimoso Nosferatu é como dar murro em ponta de faca. Quando um ser com tão pouca visão empaca numa opinião e de lá não anseia sair, até mesmo os poderes do sangue podem ser insuficientes para seu convencimento. Henry poderia continuar esfregando a verdade na cara de Edgard pelos próximos dois séculos que o Nosferatu se manteria opositor às suas idéias. Trata-se de ideologia, não inteligência. Ideologia inútil, é verdade. Todos sabem que o poder mudará de mãos em pouco tempo e que lealdade, princípios pessoais e formalidades são atributos precários nesses dias. Aparentemente, todos os vampiros em Nova Orleans sabem disso, menos um deles.

As negativas que tanto incomodam Henry por se tratarem de um disparate perante o cenário cainita atual avançam para uma tentativa desesperada de mostrar controle: Edgard aperta o pescoço da jovem moça até quase a morte. Para completar o circo, ele ameaça matá-la por “descuidos” do próprio Henry.

- Você é mais inteligente do que tem se mostrado, senhor Xerife. Detestaria ter que lhe explicar cada passo que eu dou, portanto preste bastante atenção quando eu for abrir a boca.

O Ventrue guarda as mãos nos bolsos do sobretudo e mantém o seu foco nos olhos do transformado Nosferatu.

- Ela é, ao mesmo tempo, meu caminho livre até a Longue Vue e minha certeza de que não ficarei eternamente preso por vocês naquela casa. Se estiver viva, é claro. Mate-a e arruine a sua própria Humanidade. Sabemos que essa arma nas mãos dela não lhe causaria mal algum, portanto não se esconda por detrás dessa desculpa esfarrapada quando decair mais um pouco. – põe o dedo em riste na direção do Nosferatu e engrossa a voz numa firmativa veemente - Isso é assassinato, Edgard. – torna a relaxar a postura - Além do mais... Você detestaria “ficar mal” com o próximo governo, não é mesmo?

Verdades incontenstáveis, mas de que nada valeriam para o teimoso feioso; um verdadeiro “burro quando empaca”. No máximo o discurso serviria para a humana ganhar alguns segundos de forma que conseguisse reagir de algum jeito. Henry nutre simpatia pelos humanos que pensam e que agem fora da caixa, e definitivamente a segurança havia tomado partido em algo muito maior que ela – mesmo que sem querer.

Aproximando-se de Liam após recuar alguns passos rapidamente, o Ventrue emite a ordem improrrogável ao seu fiel escudeiro Gangrel.

- Pegue-o antes que ELE ataque. E tente poupar a humana.

Minimizar as perdas. Essa é a estratégia de Henry para a batalha dessa noite. Resguardar a si próprio de um sequestro ou da Morte Final traria mais um tempo e manobra para a Oposição Ventrue. Quem sabe Ela pudesse receber as informações diretamente de seu Ancillae, fonte muito mais confiável do que carniçais e neófitos. Por isso ele continua andando e se afastando de Edgard, rumando neblina adentro.


Hoje não, Longue Vue. Não enquanto seu Xerife mostrar sede por sangue cainita. Somos melhor que isso; somos melhor que vocês.

24Centro Empresarial Empty Edifício Calarram Sáb Jun 09, 2012 5:25 pm

Victor Calarram

Victor Calarram

Edifício Calarram: Sede do Escritório de Advocacia Calarram.


O sol surgiu, a manha começou e terminou e a tarde já estava quase na metade quando finalmente eu despertei, ou melhor fui despertado. Estava totalmente apagado quando Donavam adentrou em meu quarto e abriu as cortinas e a janela. Uma brisa gelada entrou no cômodo e me fez despertar. A claridade que no despertar embaçava meus olhos agora já se dissipava

- Bom dia Donavam! - Disse com a voz sonolenta, enquanto esfregava meus olhos e me espreguiçava.

Donavam olhou para mim com uma expressão de quem iria dar uma gargalhado mas se conteve. Caminhou até o closet, e durante o trajeto falou.

- Eu quase vim lhe dizer boa noite Senhor! À tarde já esta na metade e pelo andar do dia, não tardara a anoitecer.

Arregalei os olhos assustado com a notícia, para mim não tinha passado mais do que alguns minutos que eu dormira. Olhei pela janela e vi que o céu encontrava-se nublado.
Donavam saia do closet, com um terno cinza claro uma camisa de seda azul, bem como uma gravata na mesma tonalidade do terno, cinto preto e sapatos de couro envernizado de cor preta.

Assim que arrumou a roupa sobre a cômoda, voltou-se para mim.

- Senhor! Chegou um e-mail do Senhor Henry!

Olhei apreensivo para Donavam e questionei:

- O que dizia a mensagem?

- Ele deseja encontrar o senhor no escritório Calarram, hoje a noite.

Minha mente virou em um turbilhão de pensamentos. O que será que o Henry Freeman o alto homem da Vestru CO. Queria. O que faria um homem de tal grandeza querer falar comigo em meu escritório? Homens como Freeman normalmente chamam os advogados até seus escritórios, raramente eles vão até o escritório de seus advogados. Provavelmente seria algo muito importante que ele queria tratar.

Pulei da cama e corri para o banheiro fazer minha barba e tomar um banho. Voltei ao quarto me vesti com as roupas escolhidas por Donavam e desci as escadaria que separavam o primeiro andar do térreo e caminhei até a sala de jantar, para comer alguma coisa. Donavam já havia providenciado um farto desjejum, que faria as funções de café da manha, de almoço e provavelmente de lanche da tarde.

Terminada a refeição, segui pelo amplo corredor que levava até o hall de entrada, atravessei o pórtico de entrada e fui para a escada de entrada. O carro já estava a minha espera. Joe abria a porta para que eu adentrasse em seu interior enquanto Demetre já me aguardava no interior do veiculo.

Partimos rumo ao Edifício Calarram.

Devido ao adiantar da hora fomos pela balsa que liga Garden District ao Bairro Francês. Demoramos pouco mais de uma hora na no trajeto realizado pela balsa, algo que nos economizou mais uma hora, visto que encontrávamos na hora do rush. Do ponto de desembarque até Edifício Calarram o veiculo demorou mais trinta minutos.


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(Edifício Calarram)



A noite já tinha chegado quando finalmente adentrei no edifício. Peguei o elevador e finamente cheguei ao décimo quarto andar, aonde ficava a sala da presidência do Escritório Calarram, ou seja na minha sala.

Passei pela mesa da secretaria, a doce senhorita Felici Smith. Ela estava compenetrada na leitura de uns arquivos.

- Boa noite Srta Smith!

Ela levantou os olhos e assim que percebeu que era eu se levantou.

- Boa noite Senhor Calarram! O senhor deseja alguma coisa.

Sorri como de costume para ela.

-Srta. Smith. Eu desejo um xícara bem grande de café e que ninguém me interrompa. Mais tarde receberei o Senhor Henry Freeman da Vestru Co., e por isso peço que a senhorita fique até mais tarde, pode ser?

Ela sorriu. A senhorita Smith já trabalhava comigo a dois anos. Era uma linda mulher de trinta anos possuidora de cabelos castanhos sedosos e liso, um sorriso branco e largo, olhos castanho claro e pele branca como a neve. Ela era solteira, algo difícil de acreditar, visto ser uma mulher bem atraente. Pelo pouco que eu sabia sobre ela era sozinha, sem família em Nova Orleans, e por isso não ligava de ficar até mais tarde no serviço.

- Será um grande prazer ficar até mais tarde, Senhor Calarram.

Comecei a andar em direção a minha sala.

- Muito obrigado! – falei sem olhar para ela.

Adentrei minha sala, liguei as luzes, encostei a porta e me acomodei na minha larga cadeira de couro preto tipo presidente. Girei-a de forma que eu pudesse olhar pela ampla parede de vidro que separava o lado interno do lado externo do edifício. Quando eu ia começar a admirar a vista do anoitecer a senhorita Smith adentrou a sala e me entregou o café. Assim que ela se retirou, voltei a visão. Era muito bonito ver as luzes da cidade se acendendo. Minha mente começou a viajar enquanto o tempo começou a passar. Perdi-me nos pensamentos enquanto esperava a chegada de Henry Freeman.

25Centro Empresarial Empty Re: Centro Empresarial Sex Jun 15, 2012 2:02 am

Catherine Blake

Catherine Blake
Anciã

Catherine estava acostumada com a mais plena obediência. Suas ordens eram feitas para serem cumpridas sem questionamentos ou desvios, sem qualquer modificação no pedido original. Ordens eram coisas simples de serem executadas, já que não necessitavam de excesso de raciocínio da parte subordinada. E esse era exatamente o propósito; se quisesse opiniões, as teria solicitado a quem lhe conviesse, algo que não ocorreu.

Sua expressão era serena e calma, como sempre fora, mas por dentro, nada conseguia conter a fúria absoluta que parecia querer dominá-la.

Ele a desobedecera. O maldito infante tivera a audácia de passar por cima do que lhe ordenara em busca de seu próprio status.

O grande problema de toda a situação era que ele irritara a única capaz de lhe oferecer qualquer migalha que fosse do tão aclamado status que ele parecia ambicionar. Ele pisoteara em sua própria ascensão tanto dentro quanto fora do clã. Uma heresia.

Quando saiu de sua residência, com um destino certo, executava um exercício mental para não permitir que a fúria a controlasse. Deveria ser sempre senhora de si, afinal de contas, seu cargo lhe exigia tal preço, e isso valia o esforço. Mas apenas por séculos de treinamento conseguiu manter-se impassível quando o motorista estacionou na saída dos fundos do Centro Empresarial.

Sabia que os encontraria ali, já que seus informantes sabiam cada passo dado por aquele bastardo que se achava bom o suficiente para ser digno de sangue Real. Ele era vigiado em tempo integral, mesmo sem tomar conhecimento de tal fato. Nada naquela cidade passava despercebido por seus olhos e ouvidos atentos, nada fugia ao seu controle, mesmo que sutil e subliminar.

Abriu a porta do carro e virou-se elegantemente no banco, pisando ao chão com os delicados scarpins de couro negro e bico fino, antes de se levantar e sair do carro, deixando que o chofer fechasse a porta atrás de si. Caminhou calmamente até os vampiros em disputa evidente, o som dos saltos altos de metal reverberando pela calçada de concreto.

Parecia ter saído de um sonho, para qualquer mortal ou imortal que olhasse em sua direção. Seus longos cabelos castanhos esvoaçavam suavemente ao vento, cobrindo-lhe os alvos ombros nus, enquanto seus olhos azuis, límpidos, miravam os três vampiros há poucos metros de sua presença. O corset azul royal delineava sua cintura fina com elegância e sensualidade discreta, deixando seus volumosos seios à mostra o suficiente para ser provocante, mas nunca vulgar.

Catherine era a epítome da classe, nada poderia ser falho em sua aparência simplesmente deslumbrante.

Percebeu que a discussão se encerrara quando sua presença tornou-se próxima o suficiente, a imponência de sua figura encarregando-se de gerar o silêncio necessário. Seus lábios grossos, pintados de vermelho sangue, repuxaram-se levemente para o lado direito, num sorriso discreto e debochado. Nenhum deles poderia dizer o quanto estava furiosa, mas tinha certeza que Liam notara algo estranho em sua fisionomia.

Era seu dever de pet saber o que poderia estar se passando com sua dona.

- Esta noite deveria ser uma noite extremamente agradável, mas, por sua causa, não está sendo. – Declarou, olhando fixamente para Henry. Seus olhos o intimidavam, como se vissem por dentro de sua mente e lá desvendassem todo os seus segredos e ambições. Era a primeira vez que ele a via, a primeira vez que se dava conta de quem era Catherine Blake, a Senhora dos Ventrue.

Virou-se para o Xerife da Camarilla e lhe cedeu um suave meneio de cabeça em cumprimento.

- Não precisa fazer nada, Edgard. Dele, cuido eu. – Teve o cuidado de expor todo o asco que sentia por Henry em suas palavras, sem voltar a olhá-lo para perceber suas reações. – Eu só pediria a gentileza de nos guiar até o Elísio. Tenho que consertar o que meu caro senhor Freeman realizou esta noite.

Voltou-se para Liam, sua expressão se apaziguando imperceptivelmente. Uma de suas mãos tocou-lhe o rosto de forma rápida, demonstrando sua aprovação sem precisar de palavras. Ele a servira bem, fizera o que lhe ordenara mesmo a contragosto, e seria bem recompensado por isso.

Quando seus olhos encontraram novamente os de Henry, Catherine não teve piedade. Ficou em silêncio por alguns segundos, forçando-o a sustentar a fúria em seu olhar e notando claramente seu desconforto, algo que lhe gerou enorme prazer.

- Suma daqui. – Ordenou, imperiosamente, dando-lhe as costas sem sequer oferecer a chance de resposta. Ele seria punido quando fosse a hora certa e perdera qualquer direito de se envolver em assuntos delicados demais para sua pouca competência.

- Agora, se puder ser nosso guia, eu lhe agradeceria muito, Edgard. – Dirigiu-se ao Nosferatu, caminhando novamente até o carro após ouvir sua concordância. Liam a seguia de perto, como lhe era conveniente, e a presença dele fazia com que ela se sentisse um pouco mais leve.

O maior problema ainda estava por vir. Lidar com Helena depois daquele disparate seria quase impossível e exigiria todo o seu dom em diplomacia e paciência. Maldito fosse Henry Freeman.



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