Oportunidades. Era isso que fazia o ladrão, afinal. A ocasião. No Heavy Duty teve a grande oportunidade de ficar calado e obedecer. Mas agora o jogo virava, e o mundo lhe sorria. Estava na frente de um policial que não havia sacado sua arma, ainda com as mãos na cintura. O coitado não seguiu a cautela do seu parceiro do pavio curto, e subestimou Jason. Como se não bastasse uma guarda baixa e uma cara limpa, o coitado que tentava levar a “noiva” de Jason para o hospital resolveu argumentar com o tira. Estava aí a sua oportunidade.
Assim que o policial olhou para o bom samaritano nanico, deu um soco de direita em cheio no meio da cara dele. Queria derrubar o policial de uma vez, ou ao menos retardá-lo, mas não esperou para ver o que aconteceu. Assim que seu braço voltou para perto do corpo, botou-se a correr. Passou bem ao lado da viatura e atravessou a rua movimentada. Esquivou dos carros, que já passavam devagar para satisfazer a curiosidade de seus passageiros sobre o pequeno show que acontecia ali. Estrelando Jason e a sua noiva cadáver. E bem, como mocinho, tinha que se dar bem no final. Na calçada do outro lado da rua já estava misturado demais às pessoas para se preocupar com tiros vindos do policial recomposto.
Correu para a esquina mais próxima. As pessoas saiam do seu caminho, temendo serem atropeladas. Algumas não foram tão rápidas com seu pensamento, e acabaram por cair assim que Jason trombou nelas. Não queria machucá-las, mas tinha de salvar sua pele. Era uma grande pena que não saíam da frente.
No fim das contas, Jason fugiu. Não satisfez seu desejo de quebrar a cara do policial que deu um tiro na “noiva”. Também não temia o parceiro dele. O problema era a falta de controle do primeiro. A vantagem dos bandidos em relação aos mocinhos é que estes se importavam com a vida das pessoas, e tinham a missão de defendê-la. O tira esquentadinho não parecia nada com um mocinho, pouco se lixando com a vida de quem estava na mira de sua arma. Sabendo disso, nunca fugiria do jeito que fez se fosse a putinha do dono do bar que ordenasse sua entrada na viatura. Já teria levado um tiro faz tempo. Era desse policial que fugia. Do que não tinha freio nenhum. Do bandido fardado.
E tudo isso porque Jason sabia a hora em que podia agir. Sabia quando era o caçador, e também quando era a caça. O pouco de consciência que tinha vinha do seu finado avô. Um dia o pequeno Jason chegou em casa todo arrebentado. Uns dois dentes (de leite) não estavam mais em sua boca, deixando um veio de sangue escorrendo pelo canto dos lábios. Um olho estava mais roxo que o outro, não conseguindo ver por um deles, de tão inchado. Ainda mancava, e não tirava a mão de uma das costelas. “Quantos?”, perguntou o avô, e o pequeno Jason respondeu “Dez! Não... Doze! ”, cheio de orgulho. Não é só por ser ruim de conta que não sabia falar bem o número exato. Havia ficado completamente atordoado durante o espancamento. Então o avô lhe deu um tapa em seu ouvido, fazendo-o zunir. Quase chorando, o pequeno Jason pergunta por que ele havia feito aquilo. Com a cara fechada, emoldurada pelos lisos cabelos grisalhos presos em tranças laterais indígenas, ele disse “Pra você não ser tão burro. Não precisa só saber caçar. Tem que saber ser caça. Agora vai pegar as caixas lá na porta e leva pro fundo da loja. Chegou muita encomenda hoje.”. Foi assim que o pequeno Jason aprendeu a diferença entre coragem e burrice.
Assim que o policial olhou para o bom samaritano nanico, deu um soco de direita em cheio no meio da cara dele. Queria derrubar o policial de uma vez, ou ao menos retardá-lo, mas não esperou para ver o que aconteceu. Assim que seu braço voltou para perto do corpo, botou-se a correr. Passou bem ao lado da viatura e atravessou a rua movimentada. Esquivou dos carros, que já passavam devagar para satisfazer a curiosidade de seus passageiros sobre o pequeno show que acontecia ali. Estrelando Jason e a sua noiva cadáver. E bem, como mocinho, tinha que se dar bem no final. Na calçada do outro lado da rua já estava misturado demais às pessoas para se preocupar com tiros vindos do policial recomposto.
Correu para a esquina mais próxima. As pessoas saiam do seu caminho, temendo serem atropeladas. Algumas não foram tão rápidas com seu pensamento, e acabaram por cair assim que Jason trombou nelas. Não queria machucá-las, mas tinha de salvar sua pele. Era uma grande pena que não saíam da frente.
No fim das contas, Jason fugiu. Não satisfez seu desejo de quebrar a cara do policial que deu um tiro na “noiva”. Também não temia o parceiro dele. O problema era a falta de controle do primeiro. A vantagem dos bandidos em relação aos mocinhos é que estes se importavam com a vida das pessoas, e tinham a missão de defendê-la. O tira esquentadinho não parecia nada com um mocinho, pouco se lixando com a vida de quem estava na mira de sua arma. Sabendo disso, nunca fugiria do jeito que fez se fosse a putinha do dono do bar que ordenasse sua entrada na viatura. Já teria levado um tiro faz tempo. Era desse policial que fugia. Do que não tinha freio nenhum. Do bandido fardado.
E tudo isso porque Jason sabia a hora em que podia agir. Sabia quando era o caçador, e também quando era a caça. O pouco de consciência que tinha vinha do seu finado avô. Um dia o pequeno Jason chegou em casa todo arrebentado. Uns dois dentes (de leite) não estavam mais em sua boca, deixando um veio de sangue escorrendo pelo canto dos lábios. Um olho estava mais roxo que o outro, não conseguindo ver por um deles, de tão inchado. Ainda mancava, e não tirava a mão de uma das costelas. “Quantos?”, perguntou o avô, e o pequeno Jason respondeu “Dez! Não... Doze! ”, cheio de orgulho. Não é só por ser ruim de conta que não sabia falar bem o número exato. Havia ficado completamente atordoado durante o espancamento. Então o avô lhe deu um tapa em seu ouvido, fazendo-o zunir. Quase chorando, o pequeno Jason pergunta por que ele havia feito aquilo. Com a cara fechada, emoldurada pelos lisos cabelos grisalhos presos em tranças laterais indígenas, ele disse “Pra você não ser tão burro. Não precisa só saber caçar. Tem que saber ser caça. Agora vai pegar as caixas lá na porta e leva pro fundo da loja. Chegou muita encomenda hoje.”. Foi assim que o pequeno Jason aprendeu a diferença entre coragem e burrice.