O ancião Brujah falava, e falava e falava, e tudo o que Franz conseguia ver era seu pé enorme e grosseiro apoiado em cima de um estofado elisabetano feito a mão, que podia muito bem se acomodar perfeitamente a um Shakespeare no ano de sua estréia, isso é, se eles usassem cenários então. Como era possível que alguém fosse bruto, grosseiro e nojento a ponto de destruir um trabalho artesanal de real valor apenas por um pretenso conforto – sim, porque supunha que o escroto tentava se colocar confortável, o que não fazia sentido algum, considerando que a posição mais confortável sempre é em pé, com a coluna ereta e os ombros balanceados, de preferência dentro de roupas confortáveis e um sapato de verniz. Sinceramente, não entendia o porque alguém se dera ao trabalho de agraciar com a não-vida a uma criatura como Gregor, mas, enfim, o malfeito já estava feito e, bem, custava a admitir, mas já estava feito há mais tempo do que ele próprio! Haveria muito poucos vampiros se apenas os realmente merecedores fossem abraçados, e precisavam de massa de manobra para sobreviver, infelizmente! Mas, é claro, Helena entendia. Ele deu um sorriso verdadeiramente animado ao receber a ordem e, pomposo, se dirigiu ao brutamontes. Não tinha muita certeza de qual tipo de atitude deveria ter em relação a ele, e tinha quase certeza de que seus esforços seriam infrutíferos, mas era sempre bom tentar. Pousou levemente a mão sobre o ombro do Brujah e abaixou-se a altura de seu ouvido esquerdo, para sussurrar pomposamente – afinal, não se deve perder a classe, nem a educação, e Sforza estava falando. Mas é claro, não era nada importante. Nem se deu ao trabalho de ouvir.
- Gregor, por favor, tenha modos. Tire esse pé da cadeira, se ainda gosta do formato que ele tem.
Pronto. Simples, objetivo, com uma ligeira insinuação de violência para que o babaca compreendesse. É claro, não seria ele que daria um jeito no pé de Gregor caso ele não o tirasse dali, mas isso já não era mais problema seu. Endireitou sua postura, ainda olhando reprovadoramente para o grosseirão. Sentia que tinha que agir com ele como se fosse com uma criança. Lhe daria umas palmadas, se pudesse. A idéia lhe deu vontade de rir, e ele torceu os lábios para evitar uma gargalhada num momento totalmente inapropriado. Imaginara Gregor com as calças arriadas, levando umas palmadas no traseiro como se faz com moleques mal-educados. Que engraçado .
Voltou a perceber o que estava acontecendo já no fim da fala de Sforza e conteve um arregalar de olhos ao que ela disse. Então era isso? Bem diziam que deveríamos matar todos os Giovanni com requintes de crueldade e, é claro, de uma maneira que eles não voltem. Afinal, eles tem essa péssima mania. Impressionante como eram ardilosos e mercenários, era isso, eram mercenários. E pensar que chegara a ter Sforza em alta conta, mesmo tendo percebido que ela não se impressionava com Platão, o que denotava uma mente bastante menos evoluído do que o que ele a atribuía. E ela vinha com esse papinho agora! Voltou seus olhos para Helena e ouviu com alegria suas palavras contundentes contra a possível e escrota traidorazinha. Ah, era por isso que não devia se meter com política! Já estava se enchendo de sentimentos desagradáveis em relação aos outros membros. Mas, é claro, isso não o impediria jamais de ser cordial.
Perdeu-se em reminiscências durante a fala da Senescal. De fato, não se importava muito com aquilo tudo. Mas a voz de Helena dentro de sua mente, trazendo uma bela notícia, o tirou de seus pensamentos e filosofias do absurdo para lhe dar um sorrisinho leve ao rosto. Então, poderia escolher alguém? Já fazia algum tempo mesmo que pensava em abraçar alguém, é claro, uma pessoa cordial, bela e educada, com todos os pontos utilizáveis da finesse, alguém que realmente merecia a não-vida... E criaria uma obra de arte andante e eterna, como a pequena Ivica, por exemplo. Seria ótimo. De alguma coisa toda aquela situação estava servindo. Voltou a mergulhar em seus pensamentos, com um sorriso leve brincando em seu rosto agora. Não ia mesmo conseguir prestar atenção naquela reunião inútil.
- Gregor, por favor, tenha modos. Tire esse pé da cadeira, se ainda gosta do formato que ele tem.
Pronto. Simples, objetivo, com uma ligeira insinuação de violência para que o babaca compreendesse. É claro, não seria ele que daria um jeito no pé de Gregor caso ele não o tirasse dali, mas isso já não era mais problema seu. Endireitou sua postura, ainda olhando reprovadoramente para o grosseirão. Sentia que tinha que agir com ele como se fosse com uma criança. Lhe daria umas palmadas, se pudesse. A idéia lhe deu vontade de rir, e ele torceu os lábios para evitar uma gargalhada num momento totalmente inapropriado. Imaginara Gregor com as calças arriadas, levando umas palmadas no traseiro como se faz com moleques mal-educados. Que engraçado .
Voltou a perceber o que estava acontecendo já no fim da fala de Sforza e conteve um arregalar de olhos ao que ela disse. Então era isso? Bem diziam que deveríamos matar todos os Giovanni com requintes de crueldade e, é claro, de uma maneira que eles não voltem. Afinal, eles tem essa péssima mania. Impressionante como eram ardilosos e mercenários, era isso, eram mercenários. E pensar que chegara a ter Sforza em alta conta, mesmo tendo percebido que ela não se impressionava com Platão, o que denotava uma mente bastante menos evoluído do que o que ele a atribuía. E ela vinha com esse papinho agora! Voltou seus olhos para Helena e ouviu com alegria suas palavras contundentes contra a possível e escrota traidorazinha. Ah, era por isso que não devia se meter com política! Já estava se enchendo de sentimentos desagradáveis em relação aos outros membros. Mas, é claro, isso não o impediria jamais de ser cordial.
Perdeu-se em reminiscências durante a fala da Senescal. De fato, não se importava muito com aquilo tudo. Mas a voz de Helena dentro de sua mente, trazendo uma bela notícia, o tirou de seus pensamentos e filosofias do absurdo para lhe dar um sorrisinho leve ao rosto. Então, poderia escolher alguém? Já fazia algum tempo mesmo que pensava em abraçar alguém, é claro, uma pessoa cordial, bela e educada, com todos os pontos utilizáveis da finesse, alguém que realmente merecia a não-vida... E criaria uma obra de arte andante e eterna, como a pequena Ivica, por exemplo. Seria ótimo. De alguma coisa toda aquela situação estava servindo. Voltou a mergulhar em seus pensamentos, com um sorriso leve brincando em seu rosto agora. Não ia mesmo conseguir prestar atenção naquela reunião inútil.